Avon: justiça dos EUA marca audiência para definir recuperação

Maior parte da dívida pode ser por litígios judiciais; pedido de proteção vem em meio a uma série de processos nos EUA que acusam talco usado nos produtos da empresa de causar câncer

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Foto do author Altamiro Silva Junior
Atualização:

O juiz da corte de falências do Estado de Delaware, Craig Goldblatt, marcou para o dia 15 de outubro uma audiência que vai ouvir todas as partes envolvidas no pedido de proteção judicial da Avon Products, subsidiária da Natura &Co. A audiência foi marcada para as 11h, pelo horário de Brasília, de acordo com documentos judiciais. Com dívidas de ao menos US$ 1 bilhão, a empresa americana recorreu ao chamado Chapter 11, processo similar à recuperação judicial brasileira.

A audiência marcada para outubro, chamada no Judiciário americano de “Omnibus Hearing”, é o passo final antes do julgamento do processo.

A Avon anunciou no dia 12 de agosto ter entrado com pedido de proteção judicial por falta de liquidez para fazer face a possíveis litígios judiciais que acusam o talco usado pela empresa de cosméticos de causar câncer. São quase 400 processos.

Avon contratou o Rothschild como assessor financeiro do processo de reestruturação das dívidas Foto: OlekAdobe/Adobe Stock

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A situação de caixa da Avon se agravou nas últimas semanas após duas decisões desfavoráveis à empresa nestes processos, de acordo com o diretor e tesoureiro da Avon, Philip Gund, em um documento judicial. A Avon já gastou US$ 225 milhões nestes litígios, detalha o executivo.

Para suprir as necessidades imediatas de recursos, inclusive para pagamento de salários, o juiz responsável pelo caso autorizou na semana passada a Avon a tomar US$ 12 milhões de uma linha de US$ 43 milhões da Natura, em um empréstimo na modalidade DIP (com proteção), específico para empresas em recuperação judicial.

Advogados lembram que uma corte federal dos EUA negou no mês passado, pela terceira vez, pedido de falência da Johnson & Johnson por conta de processos relacionados ao talco. A empresa propôs pagar US$ 6,5 bilhões para encerrar os processos, que superam 61 mil.

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