Banco do Brasil vai reforçar segmento de alta renda em 2025 de olho no agro e no ‘pré-private’

Instituição estima que clientes atendidos com assessoria mais próxima geram dez vezes mais receita que os não assessorados

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Foto do author Matheus Piovesana
Atualização:

O Banco do Brasil prepara para 2025 uma mudança no Estilo, segmento do banco voltado aos clientes de alta renda, e espera adicionar 2 milhões de clientes ao que chama de segmentos gerenciados. O foco estará em dois públicos: o dos clientes com investimentos entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões, que ficam logo abaixo do segmento private; e o dos produtores rurais de alta renda, o chamado Estilo Agro.

A vice-presidente de Negócios de Varejo do banco, Carla Nesi, afirma que a mudança tem como foco ampliar o relacionamento desses clientes com o BB, obtendo uma receita maior. O banco estima que clientes gerenciados, ou seja, atendidos com uma assessoria mais próxima, geram dez vezes mais receita que os não gerenciados.

BB prepara mudanças no seu programa para clientes de alta renda para 2025 Foto: Giovanni Nobile/BB

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O banco começou em agosto um piloto do chamado Estilo High, focado nos clientes com investimentos entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões. Em Vitória, Belo Horizonte e São Paulo, 15 mil clientes foram classificados para o grupo, número que deve chegar a 140 mil no final do ano que vem. Na alta renda voltada ao produtor rural, o número deve ficar próximo de 565 mil. O Estilo atende aos clientes com renda a partir de R$ 15 mil, ou R$ 200 mil em investimentos.

A mudança vem após o conglomerado mudar a forma como separa os clientes entre os segmentos e, principalmente, dentro deles. “Nessas duas décadas do Estilo, fizemos uma segmentação muito focada nas variáveis de valor da renda e investimento”, afirma Nesi. “Antes da pandemia, começamos a investir no que chamamos de segmentação multidimensional.”

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Com o uso de dados, o BB avalia não apenas renda e patrimônio, mas também o momento de vida do cliente e seus padrões de comportamento. Ao cruzar essas informações, a instituição desenvolveu uma classificação mais precisa que a anterior, servindo como base para a criação dos novos subgrupos dentro do segmento Estilo.

Assim como os pares do setor privado, o banco também ampliará a estrutura de atendimento dedicada a este público. Com agências físicas em todas as capitais e escritórios especializados espalhados pelo País, o Estilo tem hoje cerca de 7 mil funcionários alocados, número que deve aumentar em 2025. No Estilo Investidor, por exemplo, o contingente deve aumentar em 20%.

O BB não revela quantos clientes tem no Estilo, ou qual o tamanho da carteira de crédito do segmento. De acordo com o banco, as operações para este público cresceram 20% nos últimos dois anos. A título de comparação, a carteira total para pessoas físicas no banco avançou 16% no mesmo período.

Com as mudanças, o BB espera manter clientes que já estão no banco, mas também trazer recursos ou clientes que estejam na base dos rivais. “Muito da definição da estratégia vem de buscarmos também a principalidade no volume de recursos administrador, ou seja, querermos capturar o que possivelmente o cliente tenha na concorrência”, afirma a executiva.

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Por isso, além da revisão de critérios, o conglomerado revisou benefícios, em linha com um movimento de mercado. O movimento envolveu áreas como a de cartões, com benefícios em restaurantes conhecidos, e o patrocínio a turnês musicais como a de Caetano Veloso e Maria Bethânia, em que clientes do banco tiveram preferência na compra de ingressos.

Especialização

No Estilo High, um dos focos será reforçar a gestão do patrimônio dos clientes, embora ainda não estejam no private. “Nós entendemos que a atuação dos profissionais do banco que assistem esse cliente diariamente precisa ser muito bem delimitada, com um profissional que cuide mais do contexto transacional, e um especialista que entende seu perfil de investidor, de risco e o portfólio disponível.”

No agro, o atendimento também é especializado, e considera um segundo fator: as conversas com os clientes estão atreladas ao ciclo de produção no campo. Ao mesmo tempo, o uso de plataformas digitais do banco por esses clientes tem avançado.

“No passado, tínhamos a impressão de que o cliente agro tinha menos maturidade digital, mas vimos a indústria de máquinas agrícolas, por exemplo, exigir do homem do campo uma conectividade”, diz a vice-presidente. O banco toma carona nesse processo, e estimula os clientes do segmento a utilizarem as plataformas digitais.

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O Estilo Agro também avançará para regiões em que a fronteira agrícola tem avançado, como o Norte do País.

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