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Biotrop, especializada em controle de pragas e doenças em plantas, vai se internacionalizar

Empresa brasileira, comprada por grupo belga, foi avaliada em R$ 2,8 bilhões

Foto do author Carlos Eduardo Valim
Atualização:

Fundada em 2018, a Biotrop, sediada em Vinhedo (SP), deve ser uma das primeiras agtechs brasileiras com alcance global. No começo de setembro, foi anunciada a sua compra pelo grupo belga Biobest, especializado em biocontrole de pragas e doenças nas plantações. As ações pertenciam ao fundo de private equity da Aqua Capital e ao GIC, fundo soberano de Cingapura.

A transação avaliou a empresa brasileira em R$ 2,8 bilhões, que se mostrou atraente ao capital internacional por causa de seus cerca de 20 produtos biológicos criados e por um faturamento que já deve se aproximar dos R$ 700 milhões neste ano. Agora, a Biobest deve aproveitar essa oferta para levar os insumos ao mercado internacional, incluindo para a África e a Ásia.

Plantação de soja com produtos da agtech brasileira Biotrop Foto: Marco Flávio

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“O Brasil está 10 anos à frente da Europa e cinco, à frente dos EUA em uso de insumos biológicos”, afirma o diretor de estratégia e inovação da Biotrop, Jonas Hipólito. O mercado nacional movimenta em torno de US$ 1,2 bilhão em negócios e vem gradualmente avançando frente aos agroquímicos, que movimentam US$ 18 bilhões, mas que crescem pouco, por serem mais agressivos para o meio ambiente.

O potencial dos produtos biológicos substituírem ou complementarem essas aplicações químicas é considerado grande. “O mercado brasileiro de defensivos é o maior do mundo, até por causa do clima tropical, que traz mais pragas e também que permite mais safras anuais, exigindo um manejo mais eficiente”, diz Hipólito.

“Os produtos biológicos entraram numa espiral positiva. Eles funcionavam no laboratório, mas a tecnologia avançou, o agricultor começou a comprar, a sociedade prefere eles aos químicos e o custo ficou competitivo. O momento da virada chegou.”

A Biotrop começou como uma empresa de inoculantes, que são bactérias fixadoras de nitrogênio, uma tecnologia na qual a Embrapa foi pioneira. Era um produto de baixo custo, mas de alta eficiência, poupando centenas de reais com adubos.

Depois, ela passou a atuar com bioestimulantes, que ajudam as plantas a tolerar espécies, e avançou em biocontrole, como biofungicidas e bioinseticidas. “Comentamos muito dentro da empresa que não há nada tão poderoso como uma ideia que chega ao seu tempo”, diz o executivo.

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