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Bradesco: ‘Queremos expandir atividades do banco John Deere’

Ao tornar-se sócio, o Bradesco ganha espaço em rede de concessionárias e revendas pela qual transitam produtores rurais, muitos deles clientes de outros bancos

Foto do author Matheus Piovesana
Atualização:

O Banco Bradesco e a indústria do agro John Deere devem expandir as atividades do Banco John Deere, em que passarão a ser sócios após a conclusão de uma operação anunciada nesta sexta-feira, 9. Além do financiamento de máquinas e implementos que a instituição faz atualmente, outras linhas de crédito podem entrar na prateleira no futuro, dando ao Bradesco um reforço importante junto ao setor agrícola.

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“O Banco John Deere tem maior foco no financiamento do maquinário agrícola, e vamos, ao longo desta parceria, tentar expandir as atividades, buscando financiar outras demandas do cliente, seja para custeio ou outras atividades”, afirmou ao Estadão/Broadcast o diretor de Agronegócios do Bradesco, Roberto França. O objetivo é fortalecer o relacionamento da marca com o cliente.

O Banco John Deere tem lógica de funcionamento similar à dos demais bancos de montadora, financiando a compra de máquinas, equipamentos e peças da John Deere. Ao tornar-se sócio, o Bradesco ganha espaço em um canal importante: a rede de concessionárias e revendas da John Deere, pela qual transitam produtores rurais, muitos deles clientes de outros bancos.

“É o fortalecimento do nosso protagonismo no setor”, diz Vinicius Favarão, diretor executivo do Bradesco. “Entendemos que há oportunidades de fortalecer o posicionamento do banco em diversos tipos de canais de atuação.”

O Banco John Deere tem lógica de funcionamento similar à dos demais bancos de montadora, financiando a compra de máquinas, equipamentos e peças do fabricante Foto: Nilton Fukuda/AE

O Bradesco tem cerca de R$ 120 bilhões em operações de crédito para o agro, seja em linhas de financiamento à produção ou em outros créditos concedidos para esse público. O banco é líder em crédito rural entre os bancos privados do País, e no ranking geral, fica atrás somente do Banco do Brasil.

Uma das possibilidades é que outras empresas do conglomerado Bradesco utilizem o John Deere como um canal para chegar ao público do agro. “O Grupo segurador (Bradesco Seguros) pode complementar bastante a oferta de serviços e produtos”, diz França. “Temos vários produtos que não são exclusivos do Bradesco, e que podemos ofertar no Banco John Deere.”

A operação não teve o valor revelado. O Bradesco fará um aporte de recursos na sociedade, e terá metade do capital, além de três posições no conselho de administração.

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O cenário do agro

França afirma que o cenário para o agronegócio é positivo no longo prazo. De acordo com ele, neste ano, o setor ainda vive uma acomodação de margens após o crescimento observado durante a pandemia da covid-19 e no ano seguinte a ela, mas a demanda por crédito continua forte e a produção do setor deve crescer.

“Temos falado muito com clientes que querem abrir uma área nova, fazer um sistema de armazenagem ou melhorar a produtividade com o sistema de irrigação”, diz o executivo. “A demanda por crédito continua, o setor vai ampliar a produção agrícola, a demanda por alimentos no mundo continua crescente e vamos continuar financiando essa expansão.”

O Bradesco utiliza três fontes para financiar o crédito para o agro: os recursos direcionados de depósitos à vista; os recursos equalizáveis, provenientes do Plano Safra; e captações de mercado, como as letras de crédito agrícola (LCAs). O estoque do produto no banco é de cerca de R$ 45 bilhões, segundo o diretor.

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As mudanças feitas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) no começo do ano ampliaram de três para nove meses o prazo mínimo de vencimento das LCAs, o que afastou o pequeno investidor do título, que é isento de imposto de renda. “A tendência é que a captação seja para perfis de mais alta renda, mas existe demanda, e estamos nos organizando para pelo menos manter o nosso estoque”, afirma França.

Na visão dele, a participação dos instrumentos de mercado no financiamento ao agro deve crescer nos próximos anos, dado que os recursos direcionados e os equalizáveis não acompanham os saltos que o setor tem dado. Hoje, menos de 30% do financiamento ao agro é feita pelos recursos direcionados. “Com certeza, as fontes livres vão ser cada vez mais representativas ao longo dos próximos anos.”

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