O BTG Pactual divulgou nesta terça-feira, 7, que assinou os documentos definitivos referentes à compra de 100% do capital social da operação brasileira do grupo suíço Julius Baer, centrado na gestão de grandes fortunas e que detém R$ 61 bilhões em ativos sob gestão, por R$ 615 milhões.
As negociações foram antecipadas pelo Broadcast na segunda-feira, 6, e o Grupo Julius Baer também confirmou a venda da operação brasileira ao BTG nesta terça-feira.
“A aquisição da Julius Baer Brasil faz parte da estratégia de expansão do segmento de Family Office do BTG Pactual, que opera desde 2010 e, após a conclusão da transação, passará a gerir mais de R$ 100 bilhões”, segundo comunicado ao mercado.
O Julius Baer informou em um comunicado que continuará a atender clientes brasileiros a partir de outros locais e que o negócio internacional com base no País permanecerá inalterado.
A expectativa é de que a transação seja concluída no primeiro trimestre de 2025, após as devidas aprovações dos órgãos regulatórios.
Leia também
Histórico
Desde novembro de 2024, quando o processo de venda do Julius Baer foi para a rua, interessados avaliaram os ativos do banco - de grandes bancos, como o Santander e o próprio BTG, a gestoras independentes, como a WHG e o ASA, de acordo com fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast.
Para reavaliar a operação no Brasil, o grupo contratou o Goldman Sachs e também a Boston Consulting Group para produzir um estudo sobre o mercado local de gestão de fortunas, muito concentrado nos grandes bancos.
O Brasil está entre os 10 mercados mais importantes para o Julius Baer, mas o grupo tem passado por mudanças na Suíça, com troca de comando e reavaliações de operações. A mudança de comando da região que controla a operação latino-americana levou a uma reavaliação dos planos no Brasil. Inicialmente, um dos planos era uma fusão ou mesmo aquisição de uma gestora local.
O Citi avaliou que, do ponto de vista estratégico, a aquisição da Julius Baer Brasil pelo BTG Pactual é positiva, dado o posicionamento do BTG como um consolidador dentro do segmento de Wealth Management (particularmente o segmento de alta renda/family office).
Em relatório, os analistas Gustavo Schroden, Brian Flores, Arnon Shirazi e Gabriel Gusan mencionam ainda que a imprensa noticiou que outros players importantes, como Santander e XP, consideraram a compra do ativo. Isso, segundo eles, “pode ser visto como um testemunho do poder de negociação e da atratividade do BTG”. / Com Altamiro Silva Junior e Dow Jones Newswires
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.