Bunker One concentra operação latina no Brasil e mira fluxo maior de navios na Lagoa Mirim

Empresa tem cerca de 15% do mercado global de fornecimento de combustível marítimo e espera concessão da hidrovia no corpo d’água entre o Uruguai e o Rio Grande do Sul

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Atualização:

RIO - A empresa de fornecimento de combustível marítimo Bunker One, da dinamarquesa Bunker Holding, vai centralizar as operações do grupo na América Latina, o que envolve sobretudo Uruguai e Colômbia.

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A Bunker Holding tem cerca de 15% do mercado global. O rearranjo local foi motivado pelo crescimento de 47% na operação brasileira nos dois últimos anos.

“O Brasil é o maior país da América Latina e oferece oportunidades não tão bem exploradas pela nossa indústria. Trouxemos as melhores práticas da nossa matriz dinamarquesa e o resultado tem sido excelente. Agora, temos a oportunidade de levar toda essa expertise a esses dois mercados (Uruguai e Colômbia), também com grande potencial”, disse em nota o presidente da Bunker One Brasil e América Latina, Flávio Ribeiro.

Segundo o executivo, a concessão da hidrovia de Lagoa Mirim, que fica entre Uruguai e Rio Grande do Sul, assinada em fevereiro, deve beneficiar as operações na região e representa boa oportunidade de incremento do negócio. A melhoria da infraestrutura local tende a aumentar a circulação de navios e aumento da demanda por combustível nos dois polos em que a empresa está presente.

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A operacionalização das atividades de abastecimento nos outros países será executada pela Nova Offshore, empresa subsidiária da Bunker One sediada em Niterói (RJ) Foto: Reprodução/Instagram @bunkeronebrazil

“Esperamos elevação de cerca de 30% na comercialização de bunker quando a hidrovia estiver em pleno funcionamento”, continua Ribeiro.

Como acontece no Brasil, a operacionalização das atividades de abastecimento nos outros países será executada pela Nova Offshore, empresa brasileira de navegação também subsidiária da Bunker One. A base operacional da Nova Offshore fica às margens da Baía de Guanabara, em Niterói (RJ). Há operação, também, em Sepetiba (RJ), Rio Grande (RS), e na área de fundeio do Porto do Itaqui (MA).

Uruguai

A Bunker One considera o porto de Montevidéu estratégico para o negócio. Às margens do rio da Prata, o porto é capaz de receber navios de grande porte e é central para o trânsito de cargas do Mercosul, embora tenha perdido relevância no abastecimento nos últimos anos.

A operação local é realizada com navios-tanque nas áreas de fundeio interna e externa do porto, além dos terminais do país. Também é oferecido o abastecimento de diesel marítimo por caminhões para embarcações atracadas.

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Colômbia

Em Cartagena das Índias, informou a Bunker One, o abastecimento de combustível marítimo será realizado por meio de balsas, assim como no Rio. Já em Buenaventura, além dessa modalidade, clientes contarão com o abastecimento por caminhão.

“Na Colômbia, oferecemos cobertura completa. É o único país da América do Sul banhado por dois oceanos e lá temos pontos de abastecimento em Cartagena e Buenaventura, tanto no Atlântico quanto no Pacífico. Isso permite o abastecimento de navios que fazem as duas rotas”, conclui Ribeiro.

Expansão para a Bahia

A Bunker One e a Acelen, dona da refinaria de Mataripe, na Bahia, lançam este mês a sua terceira operação conjunta no País, desta vez na Bahia. As empresas já atuam juntas nos Estados do Maranhão (Baía de São Marcos), e do Rio de Janeiro, no fundeadouro externo de Sepetiba.

A Bunker One passará a abastecer embarcações que navegam na Baía de Todos os Santos com combustível fabricado pela Acelen por meio do Porto de Salvador. A fornecedora terá acesso a até 15 mil toneladas de óleo combustível marítimo fabricados pela Acelen, maior fabricante brasileira do produto.

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Em janeiro, segundo dados da ANP, a refinaria de Mataripe fabricou 38,4 mil toneladas do produto e, em fevereiro, 30,7 mil toneladas. Na prática, portanto, a Bunker One pode passar a distribuir quase a metade dos volumes do bunker produzido em Mataripe, encarada como a demanda potencial do mercado baiano. No ano até aqui, segundo a ANP, a unidade da Acelen responde por 13,7% de todos os derivados do País, só atrás da Refinaria de Paulínia, da Petrobras, com 19,7%.

O abastecimento com os óleos combustíveis do tipo VLSFO (Very Low Sulfur Fuel Oil) e LSMGO (Low Sulfur Marine Gasoil) da Acelen vai acontecer no fundeadouro interno e para navios atracados no porto, com apoio de balsas em vez de navios tanque, o que será feito pela Nova Offshore, empresa especializada da Bunker que cuida da operação de abastecimento.

A nova operação mira leque amplo de embarcações, que passa por navios do tipo cruzeiro na temporada de verão, petroleiros (VLCC, Aframax, Suezmax), graneleiros (Capesize, Panamax), porta-contêineres, além de navios de carga geral e embarcações de apoio marítimo (PSV, AHTS).

Para Ribeiro, a expansão para a Bahia é estratégica para consolidar a presença da empresa no País e na costa atlântica da América do Sul com um negócio integrado que vai da comercialização à transferência do combustível. Ribeiro destaca a variedade de embarcações contempladas.

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Do lado da Acelen, o vice-presidente Comercial, Trading e Shipping, Cristiano da Costa comemora o negócio na região da refinaria, o que vai aumentar a competitividade do combustível com possível efeito deflacionário nos produtos importados e exportados pela região.

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