China: gigante do mercado imobiliário suspende negociação de títulos onshore após forte prejuízo

Incorporadora Country Garden estimou prejuízo de US$ 7,6 bilhões no primeiro semestre, com um tombo de 60% nas vendas em julho

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Em meio a crescentes dificuldades para cumprir obrigações financeiras, a incorporadora chinesa Country Garden decidiu interromper as negociações de títulos de dívida onshore a partir de segunda-feira, 14, conforme documento protocolado na Bolsa de Shenzhen neste sábado. A imprensa local informou que pelo menos 11 papéis serão suspensos por um período indeterminado.

No comunicado, a empresa informou que pretende convocar uma reunião com credores para definir um acordo de pagamentos. Disse ainda que trabalhará para assegurar a entrega de projetos, além reduzir despesas administrativas e melhorar a eficiência operacional.

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“Para lidar com as dificuldades atuais, a holding criou um grupo de trabalho especial, liderado pelo presidente do Conselho de Diretores, para estabelecer um mecanismo de trabalho, coordenar e fazer decisões eficientes”, diz a nota.

A notícia encerra uma semana de notícias negativas para a incorporadora, uma das maiores da China. A companhia estimou prejuízo de US$ 7,6 bilhões no primeiro semestre, com um tombo de 60% nas vendas em julho ante igual mês do ano anterior. Em resposta, a ação despencou quase 6% na Bolsa de Hong Kong ontem e fechou na mínima histórica.

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11 papéis da Country Garden serão suspensos por um período indeterminado.  Foto: Reuters

Na terça-feira, a gigante do setor imobiliário perdeu o prazo de pagamento de cerca de US$ 22,5 milhões em juros de dois títulos em dólar. O caso foi citado na decisão da Moody’s de rebaixar o rating da empresa, que enfrenta “liquidez enfraquecida”.

“O rebaixamento reflete os riscos elevados de liquidez e refinanciamento da Country Garden em vista de sua liquidez e flexibilidade financeira deterioradas, necessidades consideráveis de refinanciamento e acesso ainda restrito a financiamento”, informou o vice-presidente sênior da Moody’s, Kaven Tsang.

O episódio levanta paralelos com a crise enfrentada pela Evergrande em 2021. Na época, a envididada incorporadora viu a receita despencar após a China esvair os estímulos que historicamente aplica no setor.

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