Ao mesmo tempo que a BRF Brasil Foods tenta convencer o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) da importância da fusão entre Sadia e Perdigão, as empresas concorrentes do setor se esforçam em mostrar justamente o contrário, ou seja, que o negócio pode ser prejudicial à concorrência. Neste momento, representantes da BRF estão em reunião com membros da autarquia, mas os advogados do Sampaio Ferraz Advogados, defensores da Dr. Oetker, já agendaram para a próxima quinta-feira uma reunião com o conselheiro Alessandro Octaviani.
Na semana passada, os advogados da Dr. Oetker também estiveram reunidos com os conselheiros Ricardo Ruiz e Marcos Veríssimo. Ruiz está com o processo depois que pediu vista dos autos no início do mês passado. Até o momento, apenas o relator Carlos Ragazzo se pronunciou sobre o caso, votando contra a operação. A Dr. Oetker também deve marcar audiência com Olavo Chinaglia, o conselheiro que preside a sessão de julgamento do negócio entre Sadia e Perdigão.
Antes da leitura do voto de Ragazzo, no dia 8 de junho, o advogado da Dr. Oetker, Thiago Brito, apresentou suas alegações contra a operação. Ele solicitou ao Cade que vetasse a união. "A Dr. Oetker entende que a reprovação da operação é a saída tendo em vista os moldes em que se encontra a operação. A não ser que se crie um terceiro player para rivalizar, o que é impossível no nosso entender", avaliou o advogado na ocasião.
Brito reforçou que a fusão traz "altíssimas concentrações" de mercado porque as marcas Sadia e Perdigão são a primeira e segunda opção do consumidor. Além disso, conforme o advogado, as empresas blindam a possibilidade da chegada de novos entrantes no mercado com as marcas de combate. "Prevalece a lei dos mais fortes", pontuou.
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