A Copel fez uma jogada de mestre enquanto se desenrolava uma negociação entre a Neoenergia e a EDF. A empresa do Paraná exerceu seu direito de preferência na usina hidrelétrica Baixo Iguaçu, da qual já detinha 30%, comprou a fatia restante e revendeu 100% do ativo à Energo Pro por R$ 1,5 bilhão.
Com isso, a empresa paranaense adicionou R$ 148 milhões à avaliação final do ativo, destacam os analistas do banco Safra, em relatório. O valor total pago pela Copel pelos 70% que a Neoenergia detinha no ativo foi de R$ 984 milhões.
“Acreditamos que esse prêmio seja uma consequência do direito de preferência que permitirá que a nova proposta supere a original feita pela EDF e não coberta”, avaliaram no mesmo relatório os analistas por Carolina Carneiro, Daniel Travitzky e Mario Wobeto.
No início do mês, a Neoenergia havia anunciado um acordo com a EDF para a venda da usina, que tem 350 megawatts (MW) de capacidade. Na ocasião, o enterprise value (a medida, dada pelo mercado, do valor de uma empresa) pela geradora de energia estava em torno de R$ 1,43 bilhão.
‘Transação altamente geradora de valor’
A equipe de analistas do BTG Pactual definiu como “altamente assertiva” a atitude da Copel de exercer seu direito de preferência na hidrelétrica e, posteriormente, revender a totalidade da usina.
Em relatório, Antonio Junqueira, Gisele Gushiken e Maria Resende destacam que a empresa acertou a aquisição da usina pelos mesmos R$ 984 milhões oferecidos antes à Neoenergia pela EDF.
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E, no momento seguinte, a empresa revendeu a usina considerando um valor de R$ 570 milhões por sua participação de 30%. Ou seja, com um prêmio patrimonial. Portanto, para os analistas, “a transação foi altamente geradora de valor” e muito boa para a Copel.
