Cyrela prepara lançamento do novo prédio residencial mais alto de São Paulo; veja onde vai ficar

Edifício, com design assinado pelo estúdio Pininfarina, será um projeto de luxo e contará com apartamentos de até 380 metros quadrados; empresa prepara mais lançamentos

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Foto do author Lucas Agrela
Atualização:

A Cyrela prepara para junho o lançamento do prédio residencial mais alto da cidade de São Paulo. O edifício terá 210 metros de altura e contará com design da Pininfarina, estúdio que assina diversos modelos da marca de automóveis Ferrari. O prédio supera por pouco o Vista Furnished by Armani, da própria Cyrela e da J. Safra Properties, anunciado há alguns meses, que terá 206 metros de altura.

O novo projeto da Cyrela com a Pininfarina ficará em Pinheiros, na esquina da rua Joaquim Antunes com a Av. Rebouças, e terá preço médio de R$ 33 mil por metro quadrado — sendo as unidades de andares mais elevados as mais caras. A construtora não divulgou ainda imagens do novo empreendimento.

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O prédio terá quatro apartamentos por andar e unidades de 350 e 380 metros quadrados. A vista dos apartamentos será para o bairro Jardim América, com a possibilidade de ver o Parque do Ibirapuera no horizonte.

Antes do Vista e do novo Pininfarina, o On The Sky by Yoo era o edifício mais alto da Cyrela, com 150 metros, em Perdizes. Segundo o Skyscraper Center, a mais alta torre da capital paulista está em construção pela WTorre e terá 219 metros, mas será um edifício comercial.

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Cyrela Heritage by Pininfarina foi entregue em 2017 e teve o maior custo de obra da construtora Foto: Divulgação/Cyrela

Hoje, o edifício mais alto da cidade é o Platina 220, com 171,7 metros, erguido pela construtora Porte no Tatuapé. Para efeito de comparação, a maioria dos edifícios da cidade tem até 80 metros de altura.

O copresidente e CEO da Cyrela, Efraim Horn, filho do fundador Elie Horn, conta que o projeto será o oitavo em parceria com a Pininfarina. Em SP, foram três: Heritage Cyrela by Pininfarina, Cyrela by Pininfarina e o Ayra Design by Pininfarina. Em Porto Alegre, há o Cyrela By Pininfarina Porto Alegre, entregue em 2024. Em obras e previsto para agosto de 2026, o Cyrela Corporate também terá design da Pininfarina e abrigará a sede da construtora, que ocupará seis pavimentos a partir do ano que vem. Outros dois projetos com a grife ainda estão sob sigilo.

Horn explica que o processo construtivo de prédios com o design da Pininfarina é complexo, citando o exemplo do Heritage, no Itaim Bibi. “Quatro fornecedores se recusaram a fazer o guarda-corpo de alumínio, e um aceitou. O alumínio, a 80 graus de curvatura, estourou depois de um mês. Eles pedem desafios de engenharia para os quais o Brasil não está preparado”, diz.

O executivo conta que o edifício foi não só desafiador de ser produzido, mas também custou caro para a empresa. “Até hoje, esse metro quadrado de obra (do Heritage) é o mais caro da nossa história, em torno de R$ 10,5 mil em 2017. Ajustado pelo INCC (Índice Nacional de Custo de Construção), deve ser R$ 18 mil (hoje), o que é uma insanidade. É uma joia”, afirma Horn. Atualmente, há apartamentos que recebem propostas de compra por R$ 95 mil o metro quadrado.

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Mais projetos

A Cyrela e a J. Safra Properties também estão lançando a segunda torre do projeto chamado “Vista Cyrela Furnished by Armani/Casa”, no bairro Jardim Guedala, no distrito do Morumbi.

As duas torres do condomínio terão 206 metros de altura cada, e o valor geral de vendas (VGV) é estimado em quase R$ 3 bilhões.

Unidade de 811 m² do empreendimento Vista, da Cyrela Foto: Divulgação/Cyrela

A decoração das áreas comuns do condomínio será feita com móveis, acessórios e tecidos escolhidos e criados em estreita colaboração entre a Cyrela e a italiana Armani/Casa. O preço médio do metro quadrado dos apartamentos do projeto é de R$ 33 mil.

As plantas das unidades variam de 348 m² a 411 m², com jardins de até 436 m² e coberturas de 704 m² a 710 m². Os apartamentos terão quatro suítes e até cinco vagas de garagem. As duas torres do empreendimento contam com áreas comuns exclusivas assinadas pela Armani/Casa.

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No empreendimento, em menos de 90 dias, foram comercializadas 60 unidades da primeira torre, com preço médio de R$ 40 mil por metro quadrado, gerando cerca de R$ 1 bilhão de VGV.

No edifício corporativo, o Cyrela Corporate by Pininfarina, a empresa está aberta a propostas de venda de lajes e já recebe clientes interessados em alugar espaços. O projeto está em obras no cruzamento da Rua Oscar Freire com a Avenida Doutor Arnaldo. O preço de locação do metro quadrado será de R$ 165 em andares altos e de R$ 130 nos baixos.

Cyrela Corporate by Pininfarina abrigará a nova sede da empresa a partir do segundo semestre de 2026 Foto: Divulgação/Cyrela

A construção será a sede da empresa por muitos anos. “O dr. Elie me fez prometer que não vamos vender nossas lajes por 50 anos. Já passamos a vida inteira pagando aluguel”, conta Horn.

O prédio terá 22 andares com lajes corporativas de 2 mil metros quadrados cada. Com isso, serão 45 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL).

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Prédio corporativo terá 22 andares Foto: Divulgação/Cyrela

Na Vila Mariana, a empresa lança nesta semana outro projeto residencial, chamado The Palace. Na torre Royal, serão 274 unidades residenciais, com 195 apartamentos entre 139 m² e 177 m², opções de três a quatro dormitórios e duas vagas de garagem.

A torre Oasis, com entrada pela Rua Dona Avelina, número 294, contará com 250 unidades, com plantas de 76 m² a 129 m², de dois a três dormitórios e até duas vagas. O preço das unidades parte de R$ 16 mil o metro quadrado.

Projeto na torre Oasis com 112 m² Foto: Divulgação/Cyrela

Resultados

A Cyrela teve um bom ano em 2024, lucrando R$ 1,65 bilhão, crescimento de 75% ante 2023. A receita líquida também subiu, indo a R$ 7,96 bilhões, alta anual de 27%.

A companhia tem uma política de manter cerca de quatro anos de caixa para o que chama de “anos impossíveis”, uma herança cultural da gestão de Elie Horn (hoje no conselho), que viu seu pai ir à falência quando era jovem.

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O sócio e analista de ações da Nord Investimentos, Victor Bueno, lembra que a empresa lançou 54 projetos em 2024, apenas três a mais do que um ano antes, e conseguiu aumentar o valor geral de vendas em 45%, indo a R$ 9,6 bilhões.

“A receita cresceu 27% e, quando a gente vê as despesas, a despesa comercial subiu só 5% e as despesas gerais e administrativas subiram apenas 12%”, afirma.

Bueno diz ainda que a empresa tem participações importantes que diversificam o negócio no mercado imobiliário, como Plano&Plano, Cury, SKR e Lavvi.

A diferenciação entre os concorrentes do segmento de luxo, no qual a Cyrela usa sua marca principal, tem sido a aposta nos projetos com grifes famosas, o que tem dado certo para impulsionar as vendas por se tornar objeto de desejo dos consumidores.

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“Projetos com grifes como Pininfarina e Armani reforçam sua liderança no segmento de luxo, elevando margens e vendas em um mercado menos sensível a juros altos. Para 2025, na minha visão, a Cyrela se mantém como uma das melhores opções do setor, com potencial de valorização caso a Selic recue”, afirma o analista da Nova Futura Investimentos, Hayson Silva.