Daniel Darahem, presidente do JP Morgan no Brasil, morre aos 51 anos

Executivo lutava havia 2 anos contra um câncer de garganta; com passagem pelos escritórios de São Paulo, Nova York e Hong Kong do banco americano, ele atuou por quase 27 anos no JP Morgan

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Foto do author Wesley Gonsalves
Atualização:

Daniel Darahem, presidente do banco JP Morgan no Brasil, morreu nesta sexta-feira, 2, aos 51 anos. Ele lutava havia dois anos contra um câncer de garganta.

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Darahem se formou em administração de empresas pela Fundação Getulio Vargas (FGV), em 1994. Três anos depois, ingressou no JP Morgan para atuar na divisão de fusões e aquisições do banco americano, onde permaneceria por quase 27 anos. Ao longo da carreira, o executivo trabalhou nos escritórios do banco em São Paulo, Nova York e Hong Kong, em áreas ligadas ao mercado de capitais, tecnologia e fusões e aquisições.

Antes de assumir a presidência do banco no Brasil, Darahem liderou a sucursal para equity capital markets (redes financeiras que ajudam empresas a levantar capital) na região da Ásia e do Pacífico, em Hong Kong, onde morou de 2016 a 2020.

Daniel Darahem trabalhou no banco JP Morgan por quase 27 anos Foto: Piti Reali/AE

Atuação no País

Foi durante sua gestão que o JP Morgan decidiu ingressar no varejo bancário brasileiro, em 2021, ao adquirir uma fatia societária do banco C6. Na ocasião, o banco americano comprou 40% das operações da instituição financeira digital.

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À época do investimento, Darahem disse em entrevista ao Estadão/Broadcast que a aquisição no País fazia parte dos planos da instituição financeira em relação à transformação digital. “Nós tomamos a decisão de não ir para o varejo bancário no modelo tradicional, mas o modelo digital muda esse cálculo estratégico”, disse.

Marcelo Kalim, fundador e CEO do C6 Bank, classificou a morte de Darahem como uma partida precoce. “Para mim não só a perda de um sócio, mas de um amigo”, lamentou o CEO.

Assim como outros executivos do mercado financeiro brasileiro, Kalim se despediu do amigo reforçando o perfil profissional de Daniel Darahem, lembrado pelo presidente do C6 como “uma pessoa generosa, inteligente, atenciosa, íntegra e um líder talentoso”.

“Nos últimos anos, emprestou o seu olhar clínico para o nosso negócio. Sinto-me privilegiado pela convivência e pelas trocas que tivemos. É uma perda irreparável para todos nós”, enfatizou Kalim, em nota.

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Luto no mercado financeiro

A morte do executivo foi lembrada por executivos do mercado nas redes sociais.

Em uma publicação no LinkedIn, o presidente do banco Itaú, Milton Maluhy Filho, lamentou a morte do executivo. “Humano, íntegro, carinhoso e extremamente respeitoso, foi um amigo e profissional admirável, que se tornou CEO com uma trajetória que ajudou a elevar a barra do mercado. Deixo meus sinceros sentimentos à sua família e amigos, e também à família JP Morgan neste momento tão difícil”, escreveu Maluhy Filho.

Na avaliação do presidente da Natura&Co, Fábio Barbosa, o CEO do JP Morgan no Brasil foi um profissional que atuou para elevar o padrão do mercado financeiro brasileiro ao longo dos seus quase 27 anos de atuação no setor. “Um amigo e um ótimo profissional daqueles que elevam o padrão do mercado financeiro, além de um parceiro muito presente da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). Fará falta”, enfatizou Barbosa.

Representando a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o presidente da instituição, Isaac Sidney manifestou seu pesar com o falecimento do colega do setor financeiro e também integrante do conselho do órgão.

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Sidney ainda lembrou que Darahem foi único membro da alta direção da Febraban que ocupava cargos em todas as instâncias superiores de governança da entidade, que são a diretoria executiva, o conselho diretor e o conselho consultivo “Com sua ampla experiência bancária, Darahem trouxe permanentemente contribuições para o aprimoramento do setor bancário brasileiro, sendo presença fundamental para enriquecer e aprimorar as discussões de temas estratégicos desta indústria, desde outubro de 2020, quando assumiu o posto de presidente do JP Morgan no Brasil”, disse o presidente da Febraban, em nota.

‘Legado de competência’

A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) afirmou que Daniel Darahem deixou um legado de competência no sistema financeiro. Ao longo da carreira no setor, o executivo do JP Morgan atuou à frente do conselho de administração da ABBC, que lamentou sua partida e relembrou sua contribuição ao órgão.

“A ABBC reconhece e agradece a dedicação de Daniel como membro do conselho de administração da associação. Seu legado no mercado financeiro é marcado por competência e compromisso. Manifestamos nossas mais profundas condolências à sua família”, disse a ABBC, em nota.

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