País precisaria investir quase R$ 2 trilhões em uma década para zerar déficit habitacional, diz Cbic

Hoje a falta de habitações é de 6,3 milhões de residências no País, número que ficou 5% acima da pesquisa anterior, de 2019

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Foto do author Circe Bonatelli
Atualização:

O investimento necessário para acabar com o déficit habitacional no País nos próximos dez anos é de R$ 1,975 trilhão, de acordo com estudo divulgado hoje pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

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Com esse volume de recursos, seria possível fornecer moradia para as 6,3 milhões de pessoas que, atualmente, vivem em locais inadequados e, também, atender a demanda por residências que vai surgir na próxima década, estimada em 6,6 milhões.

O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) - principal veículo de investimento em habitação no País - tem um orçamento aprovado de R$ 394 bilhões até 2026, o que está aquém do necessário para combater a falta de moradias, indicou o estudo.

Programa Minha Casa, Minha Vida tem orçamento aprovado de R$ 394 bilhões até 2026 Foto: Ricardo Stuckert-PR

Isso ajuda a explicar, em parte, porque o déficit vem aumentando apesar dos aportes realizados no setor. O déficit habitacional atual de 6,3 milhões de residências ficou 5% acima da pesquisa anterior, de 2019, segundo dados da Fundação João Pinheiro utilizados pela CBIC.

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Vale notar também que 75% do déficit está concentrado nas famílias com renda de até R$ 2,6 mil, enquadradas na faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida. A produção de moradias neste segmento é o que exige mais subsídios para garantir que as famílias de baixa renda tenham acesso. Em muitas ocasiões nos últimos anos, a produção na faixa 1 do MCMV ficou estagnada por falta de recursos.

Outros 20% do déficit estão nas famílias que ganham entre R$ 2,6 mil e R$ 4,4 mil, correspondente à faixa 2 do MCMV; e apenas 5% nas famílias com renda de R$ 4,4 mil a R$ 8,0 mil, que se referente à faixa 3 do programa. As faixas 2 e 3 têm menos subsídios, já que as famílias têm maior poder de compra.

O presidente da CBIC, Renato Correia, ressaltou que a efetivação dos investimentos em moradia teria um potencial de movimentar a economia brasileira de forma expressiva. Segundo ele, o incremento potencial seria de 10% sobre o Produto Interno Bruto (PIB) em uma década.

“Quando se investe em construção há o retorno econômico, com aumento de arrecadação, do PIB, geração de empregos. Mas há também o retorno social, com a dignidade e cidadania das famílias”, declarou.

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O estudo a CBIC mostrou que a arrecadação de tributos no setor da construção aumentaria em R$ 584 bilhões em uma década, e que o investimento no período seria capaz de gerar 9,2 milhões de postos de trabalho no setor.

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