DirecTV e Dish se fundem para criar maior provedor de TV por assinatura dos EUA

Acordo que ainda depende de aprovação criaria negócio com milhões de clientes e salvaria a Dish, empresa com cerca de US$ 2 bilhões em dívidas que vencem em novembro

PUBLICIDADE

Publicidade
Por Benjamin Mullin e Lauren Hirsch (The New York Times)

A DirecTV afirmou nesta segunda-feira, 30, ter chegado a um acordo para adquirir a Dish Network. O negócio cria uma gigante da TV via satélite com milhões de clientes e potencialmente forneceria uma tábua de salvação financeira para a Dish, que luta para sobreviver.

PUBLICIDADE

O acordo salvaria a Dish, uma fornecedora cada vez mais fraca de televisão tradicional, cuja sorte diminuiu com o setor de TV por assinatura. A empresa tem cerca de US$ 2 bilhões em dívidas que vencem em novembro e cerca de US$ 500 milhões em dinheiro disponível, o que a coloca em risco de falência.

Em agosto, a Dish disse aos investidores que precisaria de capital adicional, “que pode não estar disponível em termos favoráveis” para financiar suas obrigações. O acordo, sujeito à aprovação dos órgãos reguladores, é uma transação de várias etapas que envolve a gigante de private equity TPG adquirindo uma participação majoritária na DirecTV da AT&T por US$ 7,6 bilhões.

DirecTV planeja comprar a Dish por apenas US$ 1, mas também assumirá a dívida da companhia Foto: Paul Sakuma/AP

A DirecTV planeja comprar a Dish por apenas US$ 1, mas também assumirá a dívida da companhia. A EchoStar, empresa controladora da Dish, manterá outras partes de seus negócios, incluindo mais de US$ 30 bilhões em investimentos em análise de espectro de frequência sem fio. Ela continuará a operar como uma empresa autônoma. O acordo criaria um dos maiores provedores de TV por assinatura dos Estados Unidos. A Dish tem cerca de 8,1 milhões de assinantes, segundo a empresa de análise MoffettNathanson, e a DirecTV tem cerca de 11 milhões de assinantes nos EUA. A Comcast, um peso-pesado da TV a cabo, tem cerca de 13,2 milhões de assinantes de vídeo.

Publicidade

Bill Morrow, executivo-chefe da DirecTV, disse em um comunicado que as duas empresas seriam “mais capazes de trabalhar com programadores para concretizar nossa visão do futuro da TV”.

Uma aquisição pela DirecTV representaria uma espécie de capítulo final para o presidente da Dish Network, Charlie Ergen, um ex-jogador profissional de blackjack que há muito tempo busca unir as duas empresas de TV via satélite. Ergen, de 71 anos, fechou um acordo para fundir a DirecTV com a Dish em 2002, mas esse acordo foi bloqueado pela Comissão Federal de Comunicações e pelo Departamento de Justiça, com o argumento de que a combinação das duas maiores empresas de TV via satélite prejudicaria os concorrentes. Ainda não se sabe se o governo se oporá a um acordo semelhante duas décadas depois.

A Dish e a DirecTV não são mais os gigantes do entretenimento que eram no início dos anos 2000, antes que a proliferação do streaming oferecesse aos consumidores uma ampla gama de alternativas à televisão tradicional. O aumento do acesso à internet de banda larga e os serviços sem fio em áreas rurais também suplantaram a Dish e a DirecTV para muitos clientes. Mas os órgãos reguladores ainda podem ter objeções.

O Departamento de Justiça estava preocupado com uma possível combinação da DirecTV e Dish ainda em 2020, quando um acordo semelhante estava sendo considerado, informou o The New York Times. Um grande obstáculo foi a escassez de serviço sem fio 5G em áreas rurais, privando os clientes de uma alternativa viável para Dish e DirecTV.

Publicidade

Craig Moffett, analista da MoffettNathanson, disse que não esperava que o governo contestasse a fusão desta vez, dado o estado moribundo da TV via satélite. “No final das contas, é melhor ter uma do que nenhuma”, disse Moffett. “E nenhuma delas sobreviverá por muito tempo por conta própria. Para ser justo, mesmo juntando os dois, não vai mudar a trajetória do negócio.”

Este conteúdo foi traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial e revisado por nossa equipe editorial. Saiba mais em nossa Política de IA.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.