Dona do Astor, Bráz e Pirajá prepara plano de expansão para chegar a 70 unidades

Perto de seus 30 anos, Companhia Tradicional do Comércio, que tem atualmente 52 unidades em operação, de dez marcas diferentes, planeja levar negócios para além das fronteiras de São Paulo

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Foto do author Wesley Gonsalves
Atualização:

Da comida de boteco às cervejas artesanais, passando pela cozinha francesa ou pelas pizzas italianas, a Companhia Tradicional do Comércio se firmou em São Paulo como o nome por trás dos bares Astor e Pirajá e da pizzaria Bráz.

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Perto de completar 30 anos da inauguração do primeiro estabelecimento, o Bar Original, o grupo planeja agora sua expansão, para levar suas marcas para todo o território paulistano e para além das fronteiras de São Paulo. O objetivo é chegar a 70 endereços.

Atualmente, o grupo tem 52 unidades em operação de suas dez marcas: Bar Original, Câmara Fria, Pirajá, Astor, SubAstor, Bráz, Bráz Trattoria, Bráz Elettrica, Lanchonete da Cidade e Ici Brasserie.

Hoje com 52 unidades, Cia. Tradicional do Comércio quer chegar a 70 endereços em até três anos, expandindo marcas como Bar Astor, Sub Astor, Braz Pizzaria e outros Foto: Wether Santana/Estadão

“Uma das próximas unidades que já está encomendada é um Pirajá na Vila Mariana para o meio do ano”, adianta o presidente da empresa, João Adas. “Este número de aberturas casa bem com os planos da companhia para anos com tendências positivas no nosso segmento”, complementa.

Em novembro de 2023, um dos bares da Cia. Tradicional do Comércio entrou para uma lista de melhores bares do mundo. O SubAstor localizado na Vila Madalena foi eleito o 58º melhor bar do mundo pela The World’s 50 Best Bars, que teve premiação em Singapura.

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Em janeiro deste ano, o grupo inaugurou duas novas operações, uma unidade do Ici Brasserie no Iguatemi Alphaville, em Barueri, e uma Bráz Trattoria, na rua dos Pinheiros, em São Paulo. Até o fim do ano, a meta é inaugurar até seis unidades, diz Adas.

Para financiar a expansão, a companhia não deve buscar crédito na praça. Segundo o fundador, a previsão é que o negócio se autofinancie. Questionados sobre o investimento, a empresa disse que não abre o valor, mas afirmou que a cifra deve ser “abaixo de três dígitos”. “Se tudo continuar bem, nós devemos chegar a 70 casas até 2026″, diz o CEO.

Segundo um dos fundadores da Cia. Tradicional do Comércio, Edgar Bueno, os planos de expansão da companhia são abrir anualmente, em média, cinco novos endereços das marcas, pela cidade e em outras cidades, além dos muros paulistanos.

Bueno conta que a estratégia é ampliar a presença de todas as marcas do portfólio juntas, levando as operações a bairros e endereços que façam sentido a uma ou outra marca da companhia, uma espécie de “match” entre o bar, ou restaurante, e a região em que ele deve ser alocado, o que, em geral, começa com os nomes mais tradicionais, como Bráz e Pirajá. “Na gastronomia, o endereço é muito estratégico, e acaba sendo um trabalho de garimpo”, diz o fundador.

Crescimento no setor

Além da retomada dos negócios a níveis pré-pandêmicos, o projeto de expansão acompanha as projeções positivas para o segmento de alimentação fora de casa neste ano. Segundo o relatório de projeções da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), a estimativa é a de que o setor cresça aproximadamente 4,5% em 2024, quando comparado ao ano anterior.

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Na avaliação de Cristina Souza, CEO da Gouvêa Foodservice, a estratégia da Cia. Tradicional do Comércio de expandir os negócios em um pool de marcas é algo “inteligente e bastante vitorioso”, que olha para o crescimento de maneira cautelosa e tenta evitar que a empresa sofra com as volatilidades comuns do mercado de alimentação fora de casa no Brasil.

Bar Original, da Cia. Tradicional do Comércio, inaugurou sua primeira unidade, em Moema na capital paulista, há quase 30 anos Foto: Arquivo pessoal/Divulgação Cia. Tradicional do Comércio

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“É uma estratégia bastante inteligente e vitoriosa e de gente responsável, porque quem vive o mercado brasileiro há mais de 20 anos, como eles, sabe de todos os sobressaltos que nós vivemos por aqui”, afirma.

“Isso é bem interessante, porque eles têm uma mentalidade de não colocar todos os ovos na mesma cesta. Então, como eles têm um processo cauteloso de crescer simultaneamente todas as marcas, o que é bastante inteligente, porque se há qualquer ruptura de mercado, por exemplo, aumenta demais o preço da carne e eu tenho um custo importante a ser implementado, naturalmente eu terei uma rejeição do público, então eles vão assegurando no geral da empresa esse movimento”, complementa a especialista.

Além do eixo paulistano, a Cia. Tradicional do Comércio começa a olhar para a expansão dos negócios fora da capital. Atualmente, a empresa tem duas operações no interior de São Paulo, uma em Campinas e uma no Rio de Janeiro. Adas conta que parte do projeto de expansão passa por ver oportunidades fora, em cidades que permitam a entrada do portfólio de marcas do grupo e que permitam uma movimentação “em bloco”.

“Mas ainda existe um espaço dentro de São Paulo, sem ir para bairros muito distintos do que nós já operamos hoje, que ainda existem oportunidades”, diz Adas. Ele acrescenta que a empresa não quer “expandir a qualquer custo” e que todos os novos endereços são avaliados com muito critério.

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Sobre o processo de expansão das marcas para além das fronteiras do Estado, o CEO da Gouvêa Foodservice afirma que o grupo terá como desafio levar o seu conceito — que está atrelado à capital paulistana — sem deixar de lado os regionalismos de cada mercado em que eles pretendem desbravar.

“O processo de nacionalização é quase que uma internacionalização no Brasil, isso porque nós temos uma característica de regionalismos bastante importantes. Mas, sem dúvida, essa é uma estratégia necessária, porque chega uma hora que São Paulo, como cidade e Estado, acaba ficando pequena para os negócios e as marcas podem se expandir”, avalia Cristina.

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