Os setores de educação, mobilidade e varejo estão no mais alto patamar de digitalização no relatório gMaturity, feito pelo Google anualmente. Na edição referente ao ano de 2022, os três segmentos foram os únicos a usar de forma completa a integração de dados de plataformas digitais em suas operações empresariais.
As empresas destacadas no estudo como expoentes de seus respectivos setores foram Anhanguera Educacional, Localiza e Magazine Luiza.
Na Anhanguera, as iniciativas digitais em estágio maduro permitiram que a empresa reduzisse mais de 50% o custo de aquisição de cada aluno matriculado em seus cursos. Na Localiza, a evolução digital ajudou a aumentar a participação dos canais digitais para a contratação de aluguel de veículos em 10%. Já no caso do Magazine Luiza, a digitalização constante ajudou a varejista a melhorar indicadores de vendas online e via aplicativo.
O relatório do Google aponta ainda que as indústrias que tiveram maiores avanços no nível de maturidade digital em 2022 foram Mobilidade (+40 p.p), Serviços (+37 p.p), Bens de Consumo (+26 p.p) e Educação (+20 p.p). O crescimento foi menor em segmentos como Finanças (+12 p.p) e Varejo (+13 p.p), porém, ambos já estavam em um patamar alto de maturidade digital em anos anteriores do levantamento.
O índice avalia, em mais de 100 empresas, os formatos usados, tipos de audiências, métricas de campanhas e automação de processos de marketing digital. Na classificação, o modelo considera quatro estágios: nascente, emergente, conectado e multimomento. “Se uma marca usa compra de mídia automatizada ou usa formato automatizado ou integra dados, usamos esses sinais para avaliar se ela é nascente, mercado ou multimomento. São mais de 50 sinais analisados”, diz Rodrigo Carvalho, líder de mensuração do Google e responsável pelo gMaturity.
Em 2022, houve um avanço geral no mercado brasileiro. O maior estágio de maturidade (multimomento) superou pela primeira vez o de empresas no menor estágio (nascente). Foram 3% no mais alto grau de digitalização ante 1% em nível nascente. A maior parte das companhias, 63%, permaneceu no estágio avançado, chamado conectado, enquanto 33% ficaram no estágio emergente.
Evolução
Nos últimos anos, o avanço na digitalização das empresas no País esteve atrelado não só a se manter à frente da concorrência, mas à própria sobrevivência dos negócios. Fernando Moulin, parceiro da consultoria de inovação Sponsorb, diz que a pandemia provocou uma corrida para a digitalização e as plataformas online que foram adotadas nesse período se mantiveram como canais relevantes de comunicação com os consumidores.
“Tivemos 5 anos de transformação digital ocorrendo em apenas um ano por causa da pandemia”, afirma Moulin. “O relatório reforça o que já tínhamos observado na prática durante os anos de 2020 e 2021. Todas as organizações tiveram de criar canais digitais, como varejo alimentar ou educação. As empresas que já eram digitais fortaleceram e integraram seus canais físicos com o online. Depois que o consumidor começou a usar o digital, manteve esse hábito.”
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.