Eletrobras fecha acordo com a TIM para comercialização de energia elétrica

A intenção das companhias é avançar em soluções tecnológicas de conectividade para geração e transmissão e de Internet das Coisas (IoT), como medidores inteligentes, entre outros projetos

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A Eletrobras e a TIM Brasil acabam de firmar um amplo acordo comercial, que tem como primeira iniciativa a venda de eletricidade no mercado livre de energia para clientes corporativos da operadora. A intenção das duas companhias, conforme anunciaram na segunda-feira, 18, é avançar em outros projetos, como soluções tecnológicas de conectividade para ativos de geração e transmissão da companhia elétrica por meio do 5G e soluções de Internet das Coisas (IoT), como medidores inteligentes.

A iniciativa de aproximar empresas de telecom e geradoras de energia para atuar na comercialização de energia não é novidade. No fim do ano passado, a Auren Energia e a Vivo anunciaram uma parceria para atuar no mesmo segmento, tendo em vista a recente mudança nas regras de acesso no mercado livre de energia, que desde janeiro deste ano permite a atuação de todos os consumidores de energia atendidos em alta-tensão, independentemente da demanda. Até então, apenas consumidores com carga superior a 500 kilowatts podiam atuar no ambiente de contratação livre (ACL), no qual podem escolher o fornecedor e negociar as bases do contrato, como preço, prazo e condições de suprimento.

Para as elétricas, como a Eletrobras, a vantagem da parceria com as teles é acelerar o ganho de escala das operações por meio do acesso aos canais de vendas que têm milhões de usuários Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Por que as teles entram no setor de energia

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Do lado das teles, as parcerias servem para ampliar a gama de serviços e fidelizar os clientes de internet. Já do lado das elétricas, a vantagem é acelerar o ganho de escala das operações por meio do acesso aos canais de vendas das teles, que têm milhões de usuários.

No caso da Eletrobras, esse ganho de escala é ainda mais importante, tendo em vista que a companhia possui crescentes volumes de energia descontratada nos próximos anos que precisa comercializar, num momento em que o setor elétrico prevê sobreoferta de energia.

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“A parceria com a TIM está sintonizada com o objetivo da Eletrobras de se tornar uma empresa completamente voltada para o cliente, protagonista na comercialização de energia no mercado livre, que vai oferecer um ecossistema de comercialização com soluções completas e descarbonizadas para esse mercado”, declarou o presidente da Eletrobras, Ivan Monteiro, em nota.

Já a TIM salientou que o acordo reforça o compromisso da companhia com a inovação e com a atuação no uso e incentivo de energia renovável. “Além de apoiar a transformação digital da Eletrobras, essa parceria estratégica reforça nosso compromisso com práticas sustentáveis e tem o potencial de democratizar o acesso ao mercado livre de energia para nossos clientes, contribuindo diretamente para impulsionar o uso de fontes renováveis no Brasil”, afirmou o CEO da TIM Brasil, Alberto Griselli. Segundo ele, desde 2021 a companhia consome apenas energia renovável desde 2021, com certificado de origem, em parte a partir de sistemas de geração distribuída.

Conforme informou anteriormente o Estadão/Broadcast, desde o ano passado a TIM se preparava para entrar mercado livre, e vislumbrava acertar uma parceria ainda em 2024.

Somente de janeiro a outubro a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), contabilizou 20,97 mil migrações de consumidores do mercado regulado, atendido pelas distribuidoras, para o mercado livre, um número recorde. Desse total, mais de 77% são pequenas e médias empresas, , como padarias, supermercados, farmácias e escritórios que passaram a poder aderir ao ACL neste ano.

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Estimativas iniciais da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) apontavam que a mudança de regras que entrou em vigor em janeiro deste ano permitiria acesso ao mercado livre a cerca de 165 mil empresas. A expectativa do mercado é de que o governo faça novas alterações nas regras nos próximos anos, de modo a permitir que também os consumidores em baixa tensão, como as residências, possam aderir ao segmento.

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