Para atingir a meta de zerar as emissões de carbono até 2050, a Embraer tem focado em duas principais vertentes de tecnologia para o desenvolvimento de aeronaves: hidrogênio e elétrica híbrida. A expectativa da companhia é que as soluções sejam entregues ao mercado até 2035, com foco em aviões com capacidade entre 19 e 30 passageiros.
O hidrogênio pode ser utilizado como fonte única de propulsão ou ser combinado com motores termoelétricos e baterias, zerando emissão de carbono. Segundo o engenheiro sênior de desenvolvimento de produtos da Embraer, Fred Simões, trata-se de uma aposta firme da fabricante aeronáutica.
“O hidrogênio é uma fonte de energia promissora na nossa jornada para atingir emissão zero”, afirma Simões. “Estamos explorando estratégias de otimização para encontrar a solução mais balanceada.”
Já a elétrica híbrida é mais simples na implementação de tecnologia, podendo estar pronta no início da próxima década. A solução reduz em até 90% a emissão de carbono. Por ser mais leve e menor, essa aeronave consome menos combustível do que hidrogênio.
Essas duas tecnologias são pontos de partida para, no futuro, aplicar as soluções em aeronaves de maior porte, explica o CEO da Embraer Aviação Comercial, Arjan Meijer. As informações foram apresentadas em evento promovido nesta segunda-feira,5, para discutir os últimos desenvolvimentos e perspectivas para a área de Energia da companhia de aviação.
Projeções
A Embraer trabalha com três cenários possíveis de demanda até 2035, de acordo com o vice-presidente de Marketing da Embraer Aviação Comercial, Rodrigo Silva e Souza. O mais conservador projeta 4 mil unidades entregues. Em um cenário mais extremo, chamado de “revolução”, o número pode chegar até 20 mil também até 2035.
“Com essas novas tecnologias e perspectiva de redução de custos, o apelo da sustentabilidade pode atrair mais passageiros para esse segmento”, comenta Souza.
Leia também
Outras tecnologias, como as exclusivamente elétricas, não foram descartadas pela companhia, ressalta o vice-presidente de engenharia, desenvolvimento tecnológico e estratégia corporativa, Luís Carlos Affonso. Como exemplo cita o eVTOL, “carro voador” desenvolvido pela companhia, que consegue utilizar apenas energia elétrica por causa da baixa capacidade e curta distância.
“Entendemos que as soluções apresentadas hoje se aplicam melhor para os tamanhos de aeronaves desenvolvidas atualmente”, explica. “Estamos bem posicionados para liderar o futuro da aviação”, frisa.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.