Embraer tem prejuízo de R$ 953 milhões em 2022

Resultado negativo ficou bem acima do verificado em 2021, quando a empresa registrou prejuízo de R$ 274,8 milhões; no critério ajustado, companhia teve lucro de R$ 171 milhões

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Por Leandro Silveira
Atualização:

A Embraer registrou prejuízo líquido de R$ 953,6 milhões em 2022, alta de 247% em relação a 2021, quando o resultado negativo foi de R$ 274,8 milhões. No critério ajustado, no entanto, houve lucro de R$ 171 milhões no ano passado, revertendo o prejuízo de R$ 162,6 milhões de 2021. No último trimestre do ano passado, o lucro ajustado foi de R$ 226,2 milhões.

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Apesar do resultado negativo do ano, os executivos da empresa afirmaram que a crise vivida pela empresa, provocada pelo fim do acordo comercial com a Boeing e os efeitos da pandemia do coronavírus, chegou ao fim. Agora, o foco se alterou, sendo o crescimento em 2023, a partir da elevação de lucro e receita neste ano.

“O foco em 2023 é voltar a crescer, o ‘turnaround’ foi concluído”, afirmou Francisco Gomes Neto, presidente da Embraer, durante a teleconferência para apresentação dos resultados do quarto trimestre, nesta sexta-feira, 10. “Nos reestruturamos, como visto no resultado, após o desafio duplo”, acrescentou.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado alcançou R$ 2,350 bilhões no ano passado, alta de 20,8% em relação ao R$ 1,946 bilhão de 2021. Com isso, a margem Ebitda ajustada em 2022 foi de 10%, ante 8,6% em 2021. No critério ajustado, o Ebitda marcou R$ 2,350 bilhões entre janeiro e dezembro. No ano anterior, o valor foi de R$ 1,946 bilhão.

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A receita líquida da Embraer em 2022 foi de R$ 23,444 bilhões, crescimento de 3,4% na comparação com o ano anterior. De acordo com a Embraer, houve crescimento da receita comercial de 12% no ano para R$ 7,976 bilhões “devido a 9 entregas adicionais em 2022″. A margem bruta ficou em 10,4% contra 4,1% em 2021, uma melhoria de 6,3% “devido a entregas mais altas, contribuição positiva de equilíbrio de preços e custos, e eventos únicos”.

O presidente da Embraer pondera que a empresa continua encarando desafios, envolvendo, principalmente, a cadeia de fornecimentos, mas crê em resultados melhores neste ano. ”A cadeia de fornecimento continua sendo uma preocupação, mas acreditamos em crescimento da receita”, disse Gomes Neto, que também citou a inflação global e a guerra na Ucrânia como principais desafios da empresa no ano passado.

Embraer entregou 159 jatos, sendo 57 aeronaves comerciais e 102 jatos executivos em 2022 Foto: Roosevelt Cassio/Reuters

“As restrições na cadeia de suprimentos desafiaram entregas na aviação comercial”, reconheceu. Recentemente, a empresa foi procurada pela Índia, que solicitou informações para uma possível encomenda de 40 a 80 aeronaves militares. “Não vemos risco geopolítico em um eventual negócio com a Índia”, disse Antonio Garcia, CFO e vice-presidente executivo da Embraer.

Dívida em queda

De acordo com o balanço da empresa, a dívida líquida da empresa no ano passado ficou em R$ 3,767 bilhões, uma queda de 51,5% na comparação aos R$ 7,768 bilhões de 2021. Segundo a fabricante, a melhora na posição de endividamento líquido resultou do significativo fluxo de caixa livre positivo gerado no último trimestre do ano passado.

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Em 2022, a Embraer relata que foram entregues 159 jatos, sendo 57 aeronaves comerciais e 102 jatos executivos (66 leves e 36 médios). “A Embraer aumentou o número de aeronaves entregues em 12,7% em relação a 2021, mesmo com restrições significativas na cadeia de suprimentos”, afirma.

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