SÃO PAULO - A Embraer encerrou o segundo trimestre de 2016 com prejuízo líquido atribuído aos acionistas de R$ 337,3 milhões, revertendo o lucro de R$ 399,6 milhões apurado no mesmo período do ano passado. Com isso, no ano a fabricante de aeronaves acumula um resultado líquido positivo de R$ 48,5 milhões.
Já no critério ajustado, excluindo o imposto de renda e a contribuição social diferidos no período, a Embraer contabilizou lucro líquido de R$ 155,6 milhões entre abril e junho de 2016, o que corresponde a uma queda de 59% em relação aos R$ 380,0 milhões reportados no mesmo intervalo do ano passado. No semestre, por este critério, a Embraer registra lucro de R$ 150 milhões.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ficou negativo em R$ 153 milhões no segundo trimestre, ante R$ 548,2 milhões registrados um ano antes. A margem Ebitda caiu para -3,2%, frente os 11,8% anotados no segundo trimestre de 2015. Nos primeiros seis meses de 2016, o indicador soma R$ 490,8 milhões, com margem Ebitda de 5%.
O Ebitda ajustado atingiu R$ 531,9 milhões, ligeiramente abaixo dos R$ 548,2 milhões anotados no segundo trimestre de 2015 e 17,38% inferior aos R$ 643,8 milhões do primeiro trimestre. Nos seis primeiros meses, o Ebitda ajustado soma R$ 1,175 bilhão.
O resultado operacional (Ebit) também ficou negativo, em R$ 432,1 milhões, ante os R$ 316,2 milhões positivos do segundo trimestre do ano passado. A margem Ebit recuou para -9,1%, frente os 6,8%. No semestre, o Ebit está negativo em R$ 107,2 milhões, com margem de -1,1%.
As receitas líquidas cresceram 2,36% entre abril e junho de 2016, para R$ 4,771 bilhões, somando R$ 9,820 bilhões em seis meses.
Projeções. A Embraer revisou suas estimativas para 2016. Conforme a companhia, os negócios no setor de jatos executivos estão mais difíceis do que o esperado neste ano, "com pressão contínua sobre novas vendas de jatos". A fabricante de aviões cita a influência dos altos níveis de estoques de aeronaves usadas e o ambiente altamente competitivo que tem influenciado as transações.
Com isso, a companhia reduziu sua previsão de entregas de jatos executivos, para de 70 a 80 jatos leves e de 35 a 45 jatos grandes, ante as estimativas iniciais de 75 a 85 e 40 a 50, respectivamente. Com isso, a companhia também passou a esperar uma menor receita líquida do segmento, agora entre US$ 1,6 bilhão e US$ 1,75 bilhão, abaixo do patamar entre US$ 1,75 a US$ 1,90 bilhão anteriormente previsto.
Adicionalmente, a companhia também reduziu a previsão de "outras receitas", para US$ 50 milhões, dos US$ 100 milhões estimados anteriormente, levando a uma diminuição da receita líquida consolidada no exercício para US$ 5,8 bilhões a US$ 6,2 bilhões, frente o intervalo anterior de US$ 6 bilhões a US$ 6,4 bilhões.
As estimativas de entregas e receitas dos segmentos de Aviação Comercial e de Defesa & Segurança para o ano permanecem inalteradas.
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