Empresa é alvo de processos por falta de repasse de aluguéis em bairros nobres de SP

Valor das ações de clientes na Justiça em setembro chega a R$ 1,7 milhão; a Tabas diz que os casos judicializados representam 2% dos clientes e que busca soluções

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Foto do author Lucas Agrela

A empresa de locação imobiliária Tabas é alvo de processos de proprietários que não receberam aluguéis de imóveis em bairros nobres em São Paulo, como Jardins e Itaim Bibi. A companhia atua como gestora das propriedades, ficando responsável por pagamento de contas, como IPTU, condomínio, água e luz que, em alguns casos, não foram pagos. A inadimplência dessas contas pode levar imóveis a leilão para quitar as dívidas.

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Procurada, a Tabas informou que os casos judicializados representam 2% dos clientes e que busca soluções (leia mais abaixo).

A advogada Marcela Miranda, que representa cerca de 60 proprietários que processam a empresa pedindo a retomada dos imóveis, afirma que os casos começaram a surgir em abril de 2023 e cresceram nos últimos meses.

“O que chama a atenção é que a empresa está crescendo cada vez mais, não aparenta ter dificuldade financeira. A dificuldade parece ser de gestão. Esse tipo de locação é uma prática que tem aumentado, com cada vez mais proprietários alugando seus imóveis por curta ou longa duração”, afirma Marcela.

Proprietários de imóveis de alto padrão nos Jardins enfrentam inadimplência de imobiliária Tabas na Justiça Foto: Tiago Queiroz/Estadão

A advogada afirma que cerca de 200 proprietários tiveram problemas parecidos com a Tabas. Segundo ela, a defesa não nega que deve os repasses aos clientes, mas pede que haja desconto do valor da mobília colocada nos imóveis pela empresa, o que diz ser um contrassenso, uma vez que o valor já era descontado mensalmente dos aluguéis pagos.

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Só em setembro deste ano, a empresa é alvo de mais de 20 processos em São Paulo relacionados à falta de pagamentos de aluguéis, totalizando uma dívida com proprietários de R$ 1,7 milhão. Os valores das ações variam entre R$ 5 mil e R$ 200 mil.

Procurada, a Tabas informou que busca soluções para os casos. “A Tabas está ciente dos casos e informa que todos estão em discussão judicial. Cada situação tem uma motivação específica, prevista em contrato, para suspensão dos pagamentos e em todos os casos compartilhados, foram apurados valores devidos pelos proprietários à Tabas em razão de benfeitorias que a empresa fez em seus imóveis”, informou em nota.

De acordo com a companhia, mais de 2 mil imóveis estão sob sua gestão e os casos judicializados representam 2% dos clientes. “Estamos comprometidos em garantir que cada situação seja tratada com a devida atenção e conforme as determinações legais”, diz a empresa.

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