A empresa de locação imobiliária Tabas é alvo de processos de proprietários que não receberam aluguéis de imóveis em bairros nobres em São Paulo, como Jardins e Itaim Bibi. A companhia atua como gestora das propriedades, ficando responsável por pagamento de contas, como IPTU, condomínio, água e luz que, em alguns casos, não foram pagos. A inadimplência dessas contas pode levar imóveis a leilão para quitar as dívidas.
Procurada, a Tabas informou que os casos judicializados representam 2% dos clientes e que busca soluções (leia mais abaixo).
A advogada Marcela Miranda, que representa cerca de 60 proprietários que processam a empresa pedindo a retomada dos imóveis, afirma que os casos começaram a surgir em abril de 2023 e cresceram nos últimos meses.
“O que chama a atenção é que a empresa está crescendo cada vez mais, não aparenta ter dificuldade financeira. A dificuldade parece ser de gestão. Esse tipo de locação é uma prática que tem aumentado, com cada vez mais proprietários alugando seus imóveis por curta ou longa duração”, afirma Marcela.
A advogada afirma que cerca de 200 proprietários tiveram problemas parecidos com a Tabas. Segundo ela, a defesa não nega que deve os repasses aos clientes, mas pede que haja desconto do valor da mobília colocada nos imóveis pela empresa, o que diz ser um contrassenso, uma vez que o valor já era descontado mensalmente dos aluguéis pagos.
Só em setembro deste ano, a empresa é alvo de mais de 20 processos em São Paulo relacionados à falta de pagamentos de aluguéis, totalizando uma dívida com proprietários de R$ 1,7 milhão. Os valores das ações variam entre R$ 5 mil e R$ 200 mil.
Procurada, a Tabas informou que busca soluções para os casos. “A Tabas está ciente dos casos e informa que todos estão em discussão judicial. Cada situação tem uma motivação específica, prevista em contrato, para suspensão dos pagamentos e em todos os casos compartilhados, foram apurados valores devidos pelos proprietários à Tabas em razão de benfeitorias que a empresa fez em seus imóveis”, informou em nota.
De acordo com a companhia, mais de 2 mil imóveis estão sob sua gestão e os casos judicializados representam 2% dos clientes. “Estamos comprometidos em garantir que cada situação seja tratada com a devida atenção e conforme as determinações legais”, diz a empresa.
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