Ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez é preso em Madri, na Espanha

Prisão preventiva do executivo, que estava foragido, foi expedida na quinta-feira pela Justiça do Rio; ele é investigado por suspeita de comandar fraude bilionária na varejista

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Foto do author Talita Nascimento
Atualização:

O ex-CEO da Americanas investigado pela Polícia Federal (PF), Miguel Gutierrez, foi preso nesta sexta-feira, 28, em Madri, na Espanha. A informação foi dada pelo jornal O Globo e confirmada com fontes pelo Estadão/Broadcast. O ex-executivo é suspeito de comandar a fraude de resultados que levou ao rombo de mais de R$ 20 bilhões na varejista Americanas.

Além dele, a ex-diretora Anna Saicali teve pedido de prisão preventiva emitido e, como está fora do País, teve seu nome incluído na lista de Difusão Vermelha da Interpol pelo Núcleo de Cooperação Internacional - Interpol/PF/RJ.

Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas, é investigado sob a suspeita de comandar a fraude de resultados que levou ao rombo de mais de R$ 20 bi na varejista Foto: Americanas Summit 2021

Na manhã de quinta-feira, 27, foi deflagrada uma operação da Polícia Federal com nome de “Disclosure”, que busca elucidar a participação de ex-diretores da Americanas em fraudes contábeis que, conforme Fato Relevante divulgado pela própria empresa, chegam ao montante de R$ 25,3 bilhões. A investigação contou ainda com o apoio técnico da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A operação cumpriu ainda 15 mandados de busca e apreensão nas residências dos ex-diretores das Americanas investigados localizadas no Rio de Janeiro. Além disso, a Justiça Federal determinou o sequestro de bens e valores desses ex-diretores que somam mais de meio bilhão de reais.

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Os mandados foram expedidos pela 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e decorreram de um esforço conjunto entre a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a CVM.

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Segundo as investigações - que contam com a colaboração da atual diretoria da empresa Americanas -, ex-diretores praticaram fraudes contábeis relacionadas a operações de risco sacado, que consiste numa operação na qual a varejista consegue antecipar o pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto aos bancos. Também foram identificadas fraudes envolvendo contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), que consistem em incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor, mas no presente caso eram contabilizadas VPCs que nunca existiram.

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