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Dos brechós de Deborah Secco aos imóveis de luxo de Rafael Zulu: veja negócios de sucesso de famosos

Num mercado instável, como o artístico, atores e cantores aproveitam a popularidade para turbinar marcas e diversificar investimentos

Atualização:

É cada vez mais comum ver atores, cantores e famosos se arriscando no mundo dos negócios. Mas, se eles já têm dinheiro e fama, por que se arriscam nesse mundo do empreendedorismo, cheio de desafios, como a conquista de clientes, o pagamento de impostos e o sobe e desce dos juros?

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“Na verdade, muitos empreendem porque querem ter mais que popularidade. Eles querem ser vistos como alguém que construiu um legado”, diz Ana Paula Passarelli, diretora de operações da Brunch, agência que oferece serviços para criadores e influenciadores desenvolverem suas marcas.

Eles querem mostrar que são mais que um perfil com milhões de seguidores. Como vivem de sua imagem, eles se preocupam com ela e sabem que o tempo passa para todo mundo. A prova disso está na reprise das novelas. Basta ver uma para ouvir a pergunta que todo mundo faz: “por onde anda tal ator?” Cruelmente, o mercado fica cada vez menor à medida que um ator ou atriz envelhece.

“O meio artístico é muito instável”, diz Paulo Pimenta, proprietário da bpmcom, agência especializada em assessoria de comunicação, que tem talentos como Anitta. “Ter um pé de meia e diversificar investimentos é importante para os que trabalham em áreas sazonais como a artística.

Deborah Secco é sócia do brechó Peça Rara; empresa tem 100 franquias e faturamento de R$ 95 milhões Foto: Debbie Schimitt

É o caso da atriz Deborah Secco, que se tornou sócia da rede de franquias de brechós Peça Rara no ano passado. A empresa tem 100 franquias e faturamento de R$ 95 milhões.

“Com 36 anos de carreira, preciso me reinventar. A TV já não é mais a mesma coisa que antes. Tem o streaming, as coisa mudam”, diz ela, que participa da administração ao lado da fundadora, Bruna Vasconi, e de José Carlos Semenzato, do Grupo SMZTO do qual a rede faz parte.

Gerenciar a fama, segundo Eduardo Tomiya, especialista em marcas e presidente da TM20 branding, pode dar um gostinho ao famoso do que é administrar uma empresa. Por isso, muitos começam a pensar em empreender.

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É exatamente isso que motivou a atriz Carolina Ferraz a criar a Cimples, uma marca de home & lifestyle criada por ela. Com uma carreira consolidada – ela estreou em 1990, na primeira versão de Pantanal, como a personagem Irma – Carolina decidiu empreender aos 54 anos, com a experiência de ter dirigido algumas produções. Chamou a filha, Valentina Cohen, de 27 anos, e as duas lançaram a marca no final de 2021.

A atriz Carolina Ferraz montou a Cimples, empresa que vende objetos para casa Foto: TABA BENEDICTO

Em menos de dois anos, a marca Cimples já está em 140 pontos de venda, com abrangência nacional, além de participar de marketplaces, como o Westwing. Os produtos também são vendidos no site próprio da marca.

A fama ajuda? Claro. “Ela usa a imagem que tem para dar aval à empresa”, diz Tomiya. Quem compra dela está consumindo duas coisas, segundo ele: os produtos e o estilo da Carolina Ferraz.

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O fato de o empreendedor ser uma pessoa conhecida é um grande adianto. “Na hora de comprar um apartamento, você preferiria o imóvel do senhor José da Silva ou o do senhor Caetano Veloso? O de Caetano, claro. A gente imagina que conhece a pessoa quando ela é uma celebridade”, diz Ana Paula, da Brunch.

É assim que Rafael Zulu, ator que estreou na TV em 2005, agora vende apartamentos de luxo. “Ser famoso ajuda. A pessoa se sente mais confortável em investir em uma empresa de alguém conhecido. Sabe que não vou fugir. Que tenho uma imagem a zelar. Então porque não aproveitar isso para construir uma empresa sólida?”, diz ele.

Rafael Zulu tem uma construtora de condomínios de luxo no Nordeste e o projeto "Tardezinha", de shows  Foto: PEDRO KIRILOS

Zulu é dono de uma incorporadora que atua no Nordeste. Mas antes ele faliu duas vezes, fechou outra empresa, que agora ele está reativando.

O ator foi dono do bar Paiol 8, na Lapa, no Rio de Janeiro, que ia bem até perder público com a aprovação da Lei Seca na capital fluminense, em 2009. “Naquela época não tinha carro por aplicativo”, conta. As dívidas vieram com tudo. Mas a carreira como ator da TV Globo, o ajudou a segurar a onda. “É a vantagem de ter duas fontes de renda.”

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Em 2013 ele voltou aos negócios com uma empresa de barraquinhas de tapioca para eventos. “Não tinha plano de negócios, fazia tudo no instinto. E a falta de planejamento matou a empresa.”

Aí Zulu tentou pela terceira vez. Criou, em 2015, o projeto “Tardezinha”: um evento que aconteceu por quatro anos, todo domingo, no Rio, com apresentação do cantor Thiaguinho, seu amigo, e ex-vocalista do Exaltasamba.

Tirou do bolso R$ 200 mil para começar. E deu certo. Em quatro anos, foram 200 edições e um faturamento que beirava os R$ 150 milhões por apresentação, segundo o ator. O projeto foi encerrado em dezembro de 2019 – e retomado agora.

Em 2020, Zulu abriu uma construtora de condomínios de luxo no Nordeste. Para ajudá-lo, chamou Abílio Costa, um engenheiro recifense, e Adailton Filho, ex-jogador do Santos e que já foi proprietário de uma construtora. “Eles são da área e eu tinha o potencial para fazer o marketing”, explicou o ator. Juntos, o trio criou a Due, incorporadora.

A iniciativa teve aporte de jogadores de futebol que atuam na Inglaterra, como Fred, do Manchester United, Ederson, do Manchester City e Fernandinho, do Athletico Paranaense – que estiveram no Brasil durante a pandemia e conheceram o projeto. Eles investiram R$ 100 milhões na compra de quatro terrenos.

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