A Gerdau anunciou nesta segunda-feira que não integrará o consórcio que irá construir e operar a usina hidrelétrica de Belo Monte como autoprodutora de energia. Em comunicado, a siderúrgica informou que, após estudos sobre a viabilidade de participar do consórcio Norte Energia, decidiu não integrar o empreendimento por entender "que, neste momento de retomada da demanda por aço, nos diferentes mercados de atuação da companhia, deve focar seus investimentos na sua atividade-fim, que é a produção de aço". Em 1o de junho, o diretor de Meio-ambiente e Energia da Gerdau, Érico Sommer, havia afirmado que até o final do mês passado a decisão seria tomada, e que a siderúrgica também estudava a viabilidade de participar de outros leilões de geração de energia ainda em 2010. O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, afirmou nesta manhã que entre segunda e terça-feira representantes do consórcio Norte Energia entregarão os documentos para a criação da Sociedade de Propósito Específico (SPE) que irá construir e operar a usina de Belo Monte. O prazo final para a entrega dos documentos é 16 de julho, sexta-feira. O consórcio Norte Energia, que venceu em 20 de abril o leilão da usina de Belo Monte ao oferecer um deságio de 6 por cento em relação à tarifa-teto de 83 reais por megawatt-hora estipulada pelo governo, tinha como participantes a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Mendes Júnior Trading Engenharia, J. Malucelli Construtora de Obras, Contern Participações e Comércio, Cetenco Engenharia, Serveng-Civilsan e Gaia Energia e Participações. A usina, que será construída no Rio Xingu (PA), tem entrada em operação prevista para 2015 (primeira fase) e 2019 (segunda fase) e contará com capacidade média instalada de 11 mil megawatts, com garantia física de 4.571 megawatts médios. (Por Carolina Marcondes)
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.