O Grupo Abra, que é o investidor majoritário da Gol e da Avianca, anunciou na quarta-feira, 15, ter firmado um Memorando de Entendimento (MoU, na sigla conhecida no mercado) para explorar a combinação de seus negócios com a Azul. Se efetivado, o acordo valerá para os voos nacionais, regionais e internacionais.
A fusão, segundo o fato relevante ao mercado divulgado nesta quarta, dependerá da recuperação judicial da Gol. A companhia aérea fundada por Nenê Constantino não terá assento na nova empresa, já que o negócio está sendo tocado pela Abra, sua controladora. Segundo anunciado, a nova empresa, se efetivada, terá três conselheiros da Abra, três da Azul e três independentes.
Se a união se concretizar, as duas empresas terão 60% do mercado, operando, juntas, mais de 320 aeronaves. Atualmente, a Gol e Azul mantém mais de 60 acordos comerciais com outras aéreas, entre codshares (quando há compartilhamento de código), e interline, quando os códigos não são compartilhados, porém, há a possibilidade de venda de passagem pela empresa parceira.
Em resumo, juntas, Azul e Gol permitem que os clientes possam escolher origens e destinos para mais de 500 aeroportos ao redor do mundo, por meio de suas parcerias. Conheça um pouco mais sobre cada uma abaixo.
Leia mais sobre a fusão
A Gol
A Gol Linhas Aéreas foi fundada em 2001 por Constantino Oliveira, mais conhecido como Nenê Constantino. Nascido em 1931, Constantino vem de uma família com raízes no transporte, inicialmente envolvida com o setor rodoviário. Antes de fundar a Gol, ele já tinha uma longa trajetória no setor de transportes, especialmente com a Viação Cometa, uma das mais tradicionais empresas de ônibus do Brasil.
A ideia de criar a Gol surgiu no final dos anos 1990, em um contexto em que o mercado de aviação civil brasileiro começava a se abrir para a competição, após décadas de controle estatal e operação por poucas empresas. Constantino percebeu uma oportunidade de mercado para uma companhia aérea que oferecesse preços baixos, eficiência operacional e um serviço de qualidade, inspirando-se em modelos de sucesso de companhias aéreas de baixo custo (low-cost) de outros países.
A Gol Linhas Aéreas estreou oficialmente no dia 15 de janeiro de 2001, quando, às 6h56, um Boeing 737-700 decolou do Aeroporto de Brasília rumo ao Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo. Já no ano seguinte, a empresa começou a operar a ponte aérea Rio-São Paulo.
Dois anos depois, em 2004, a Gol estreou nas bolsas de valores de São Paulo (atal B3) e Nova York (NYSE). No mesmo ano, também deu início o às suas rotas internacionais, com um voo que decolou de São Paulo rumo a Buenos Aires, na Argentina.
A empresa defende que trouxe inovações tecnológicas para o país, tais como o check-in eletrônico e a venda de passagens por canais digitais.
Atualmente a empresa conta com uma frota de 143 aeronaves Boeing 737, operando em mais de 100 destinos diferentes no Brasil e no exterior. Entre as empresas que ela mantém parceria de negócios estão a American Airlines, Air Canada, Air France, Aeroméxico, Aerolíneas Argentinas, Royal Air Maroc, Avianca, Copa Airlines, TAAG, KLM e South African.
Entre os destinos que opera estão Argentina, Estados Unidos e Caribe, Uruguai, Colômbia, Paraguai, Bolívia, México, Suriname. Porém, por meio das parcerias, também oferece voos para vários outros países tais como Marrocos e Aruba.
Atualmente, quem comanda a empresa é Celso Ferrer, o seu CEO. Constantino de Oliveira Júnior, o filho de Nenê, preside o Conselho de Administração.
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Azul
A Azul Linhas Aéreas Brasileiras foi criada em 2008 por David Neeleman, nascido no Brasil e criado nos Estados Unidos. Ele ficou conhecido na América do Norte por criar duas companhias aéreas low-cost (de baixas tarifas): a norte-americana JetBlue Airways, e a canadense WestJet. Foi este o modelo que ele trouxe para o Brasil para criar a Azul.
As primeiras operações da Azul foram dois voos em 15 de dezembro de 2008, partindo de Campinas para Salvador, e de Campinas para Porto Alegre. Um ano depois foi criada a Azul Cargo, volta ao ramo de encomendas, que atua hoje quase 100% do território nacional, segundo a empresa.
Em 2012, a Azul dobrou de tamanho ao anunciar a fusão com a Trip Linhas Aéreas, ampliando sua presença regional. O primeiro voo internacional foi em 2014, para Fort Lauderdale e depois para Orlando, nos Estados Unidos, com novos aparelhos, os Airbus A330.
A empresa também mantém acordos globais, tais como os firmados com a United, Jet Blue e TAP, oferecendo conexões para os EUA, Europa e África. Ela se tornou uma companhia de capital aberto em, 2017, quando suas ações começaram a ser negociadas nas bolsas do Brasil (B3) e de Nova York (NYSE).
A empresa diz ser a maior companhia aérea do Brasil em número de partidas e cidades atendidas, com 1.000 voos diários para mais de 160 destinos. Sua frota operacional é de mais de 180 aeronaves.
Seu atual CEO é John Rodgerson, um dos cofundadores da empresa. Neeleman preside o Conselho de Administração.