O plano de reestruturação que a Gol propôs para credores, apresentado nesta terça-feira, 10, na Corte de Falências de Nova York, tem 316 páginas e fala de possível fusão da Abra, a holding dona Gol, com a Azul. Outra possibilidade seria a criação de uma joint venture entre as duas companhias ou algum outro tipo de combinação estratégica.
O plano de reestruturação, que ainda precisa ser votado por credores e discutido com o juiz responsável pela recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos, pelas regras do Chapter 11, fala da possibilidade de criação de uma nova holding, que emitiria novas ações, e que seriam conversíveis em ação da Abra.
A primeira audiência para discutir o plano será dia 15 de janeiro em Nova York. Já a audiência que pode confirmar o plano de reestruturação está prevista para 7 de março.
Essa nova holding deteria 100% da empresa reorganizada Gol Linhas Aéreas Inteligentes. A companhia aérea promete ainda revelar um “Plano Suplementar”, onde explicaria a possível fusão ou combinação de negócios da Abra com a Azul.
Entre as possibilidades previstas no plano, está a abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) da Abra e o pedido de falência da empresa reorganizada Gol Linhas Aéreas Inteligentes.
Conversa com outras companhias
A Gol dedica parte do plano para explicar o potencial de avanço da companhia. A empresa opera cerca de 600 voos por dia e tem 17 acordos de codeshare, incluindo com a Azul, mas também com nomes como Royal Air Maroc, Emirates, South African Airways e TAP. No momento, a empresa está em discussão, segundo o documento, com um grupo de companhias aéreas internacionais para a expansão desses acordos.
A Gol fala que a competição no Brasil tem sido crescente e companhias áreas de baixo custo têm ganhado crescente espaço na América Latina, como a Wingo, na Colômbia, a Volaris no México e a Azul, no Brasil.
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A Gol promete sair do Chapter 11 “como um concorrente de elite no mercado de companhias aéreas da América do Sul por muitos anos pela frente”. A empresa diz ainda estar bem posicionada para se beneficiar da crescente demanda por viagens internacionais.
Com uma estrutura já atrativa de custos, menor que a de seus concorrente, a Gol ressalta no documento que o programa de renovação de frota da empresa fornecerá aeronaves mais eficiente em termos de combustível, com manutenção menos intensiva em capital para os primeiros anos de operação, maior confiabilidade operacional e com economia de custos adicionais.”
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