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Chinesa GWM busca fornecedores locais de itens eletrônicos para carros híbridos e elétricos

Grupo vai iniciar produção de carros híbridos flex em Iracemápolis (SP) na primeira metade de 2024 e no futuro fará também modelos elétricos; investimento soma R$ 10 bilhões até 2032

Foto do author Cleide Silva
Atualização:

A chinesa Great Wall Motor (GWM) iniciou negociações com fabricantes de autopeças do Brasil para o fornecimento de itens eletrônicos para sistemas de motor elétrico, de conexão, freios regenerativos e outros componentes mais complexos para não depender só de importações.

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Peças mais comuns, como estamparia e pneus, já estão garantidas, pois o País dispõe de grande parque produtivo, embora a montadora ainda não tenha fechado contrato com nenhum fornecedor.

O grupo vai produzir apenas carros elétricos e híbridos plug-in e convencionais nas instalações que comprou em Iracemápolis (SP) da Mercedes-Benz em 2021, depois que a companhia alemã decidiu parar de produzir automóveis no Brasil.

Modelos importados da marca custam a partir de R$ 209 mil Foto: Marcos Camargo/ GWM

A fábrica passa por adaptações para fabricar os modelos eletrificados e entrará em operação no primeiro semestre de 2024. Nesta primeira fase, vai produzir uma picape e um utilitário-esportivo, mas com praticamente 100% das peças importadas. A nacionalização deve se intensificar após dois anos, informa Ricardo Bastos, diretor de Relações Institucionais e Governamentais da empresa no Brasil.

“Queremos ter fornecedores locais para a maior parte dos componentes, incluindo os mais tecnológicos, pois as peças mais comuns sabemos que têm aqui”, afirma Bastos. Segundo ele, a GWM tem produção própria de várias peças, mas só pretende importar as que realmente não tiverem condições de produção local.

O processo de busca de fornecedores será conduzido pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).

Flex para exportação

Com plano de investimentos de R$ 10 bilhões no País, sendo R$ 4 bilhões até 2025 e o restante até 2032, a GWM desenvolveu na China, com ajuda de brasileiros, a tecnologia flex que vai equipar modelos híbridos e híbridos plug-in de produção nacional.

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“Só o Brasil terá carros flex da marca e, se outro país quiser essa tecnologia, como a Índia, nós que vamos fornecer”, afirma Bastos. Futuramente, o grupo também deve exportar veículos feitos no País para a América Latina.

A GWM iniciou a pré-venda de três versões do SUV Haval H6, os primeiros importados da marca. O H6 Premium, com motorização convencional (a eletricidade e a gasolina), custa R$ 209 mil, preço que disputa mercado principalmente com o Corolla Cross, que tem motorização híbrida flex. Já o plug-in (a gasolina e a eletricidade, que pode ser carregada na tomada) da GMW sai por R$ 269 mil e o H6 GT, mais esportivo, por R$ 299 mil.

Oswaldo Ramos, responsável pela área comercial da GWM, ressalta que os modelos eletrificados da marca chegam ao Brasil com elevado índice tecnológico como cinco câmeras com nove modos de visualização, 12 sensores, comando de voz em português, sistema de centralização de faixas, de ajuste de velocidade às curvas e de anticapotamento, reconhecimento de placa de trânsito e de pedestres e veículos ao redor do carro.

O grupo está formando sua rede de concessionárias, mas terá um sistema de entrega em domicílio em todo o País. “Cada modelo da marca terá preço único - ou seja, o consumidor não terá de passar pela situação de negociar descontos -, e as vendas serão diretas (da empresa para o consumidor) e os concessionários prestarão os serviços.

A fabricante também vai importar – e futuramente produzir localmente – carros 100% elétricos. O grupo, segundo Bastos, defende que o Imposto sobre Importação (II) de modelos elétricos continue zerado por mais tempo, até que a tecnologia esteja mais difundida no Brasil.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) defende que seja determinado um prazo de transição, em que o imposto volte a ser cobrado gradativamente para não afugentar investimentos na produção local. Carros importados a combustão recolhem atualmente 35% de II.

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