Projetos considerados de alto padrão são vendidos a preços mais altos porque têm um custo de produção maior, começando pelo terreno. Normalmente, estão localizados nos bairros residenciais onde muita gente quer morar, mas faltam espaços para novos prédios. É uma situação comum em Higienópolis, Jardins, Moema ou Pinheiros, por exemplo.
Um dos símbolos dessa tendência de condomínios cada vez mais luxuosos é o Casa Alto de Pinheiros, da Even. O empreendimento fica a oito minutos a pé do Parque Villa-Lobos e cada morador tem direito a quatro vagas de garagem e quatro suítes. São 52 unidades com 327 metros quadrados (m²) e outras 4 unidades duplex com 577 m². O projeto do edifício, feito pelo escritório Arara Arquitetura, tem duas torres luxuosas e minimalistas, que buscam se integrar ao cenário da região e oferecer uma vista invejável da cidade.
Os moradores do Casa Alto de Pinheiros terão acesso a três quadras (de tênis, beach tennis e poliesportiva), piscinas para adultos e crianças e outra coberta com raia de 25 metros de extensão. O padrão encontrado na maioria dos condomínios também está incluso, como academias, salão de festas, espaço gourmet, brinquedoteca e playground.
Para relaxar, o empreendimento oferece spa com sauna seca, sala de massagem e até um pub para tomar um drink com os amigos. O condomínio tem ainda um espaço chamado Pet Play, uma espécie de playground para bichos de estimação, carregador para carros elétricos e uma área de storage.
Para quem quiser trabalhar em casa, cada unidade é acompanhada de uma sala de 13 m² que pode servir de escritório privativo ou mesmo de consultório para psicólogos, médicos ou fisioterapeutas. Todo esse combo de benefícios, além de estar em região nobre na cidade, leva cada unidade a custar cerca de R$ 9 milhões.
João Paulo Laffront, diretor de incorporação da Even, afirma que o fator determinante para a compra de um imóvel de alto padrão está ligado às soluções que o empreendimento oferece, tanto pela localização quanto pelos diferenciais do projeto, incluindo os serviços oferecidos.
“O comportamento dos clientes, principalmente pós-pandemia, vêm se mostrando um interesse maior em unidades amplas, plantas versáteis, lazer diferenciado e, claro, localizações privilegiadas que permitam qualidade de vida. É um cliente exigente que busca soluções que ofereçam maior praticidade e comodidade no dia a dia”, diz Laffront. “As pessoas estão passando mais tempo em casa, valorizando o ‘morar bem’.”
Esse não é o único projeto do tipo da Even. Em abril, a empresa firmou parceria com a Faena, marca internacional referência em lifestyle de luxo, para trazer ao Brasil o primeiro distrito da marca. O empreendimento será erguido em um terreno com quase 20 mil m², localizado próximo à Av. Faria Lima. Todo o complexo, que inclui também um hotel da marca, tem Valor Geral de Vendas (VGV) estimado em R$ 3 bilhões.
Para Felipe Miguez, líder de desenvolvimento residencial na Tellus Investimentos Imobiliários, os imóveis de luxo em geral precisam de uma combinação de características e experiência de alto padrão nos condomínios, aliadas a uma localização em área nobre na cidade.
Ele cita a importância, por exemplo, do conceito chamado cidade de 15 minutos, no qual os moradores de um empreendimento conseguem ir ao trabalho, restaurantes, mercados e outros estabelecimentos a pé nesse tempo.
Outro destaque no mercado de luxo é o residencial Bueno Brandão 257, na Vila Nova Conceição, em São Paulo. O metro quadrado sai por R$ 50 mil e cada apartamento custa a partir de R$ 25 milhões. O prédio terá 22 apartamentos de 500 m², uma unidade térrea de 711 m² e uma cobertura duplex de 923 m², com um valor geral de vendas previsto de R$ 575 milhões.
Além de morar em uma região nobre da cidade, quem comprar um imóvel no condomínio pode ter até sete vagas de garagem, piscinas privativas, equipamentos de segurança com biometria e reconhecimento facial, academia com aparelhos de última geração, salão de festas, praça interna com jogos e playground. Tudo isso com vista para o Parque Ibirapuera. As áreas comuns do condomínio têm música, aromatização e conexão de internet Wi-Fi.
Os apartamentos também contam com “mimos”, como infraestrutura para automação, aspiração central, aquecimento de piso nos banheiros e desembaçador de espelhos, além de virem com persianas blackout motorizadas e fechaduras eletrônicas na porta social e de serviço.
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A estratégia de apostar no segmento de alto padrão tem dado certo para as incorporadoras e construtoras em 2023, animando os investidores. Na Bolsa de Valores, o índice do setor imobiliário, composto por empresas como Even, Cyrela, MRV, Gafisa, Iguatemi e Multiplan acumula alta de 30% no ano, de acordo com levantamento da Economatica.
Por que tão caros?
Esse tipo de apartamento geralmente é voltado a famílias que já têm moradia própria e estão à procura de um lugar melhor. Por isso, as plantas tendem a ser espaçosas.
Outra característica comum é a parceria com arquitetos, paisagistas e designers que se tornaram grifes internacionais. A Cyrela, por exemplo, acumula um histórico de trabalhos com o escritório inglês Yoo e o italiano Pininfarina. Já a Even se uniu às grifes Faena e Fasano, que agregam serviços de hotelaria e gastronomia aos empreendimentos.
A cereja do bolo nos prédios de luxo fica nas áreas comuns do condomínio, equipadas com spas, bosques, rooftops, piscinas e lounges com chefs de cozinha. E o hall de entrada e corredores têm obras de artes.
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