A força dos imóveis compactos: os planos da Vitacon para alcançar R$ 1,5 bilhão em vendas em 2024

No ano passado, incorporadora já havia ultrapassado a casa de R$ 1 bilhão em valor de vendas; empresa aposta em apartamentos com tamanho a partir de 19 m²

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Foto do author Lucas Agrela
Atualização:

Reconhecida pelos imóveis compactos, a incorporadora Vitacon superou pela primeira vez a marca de R$ 1 bilhão em vendas e lançamentos em 2023, o que deve representar um crescimento entre 30% e 40% (os números exatos não foram fechados ainda). A meta deste ano é alcançar R$ 1,5 bilhão, diz o CEO e um dos fundadores da empresa, Ariel Frankel,

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Para isso, a empresa vai elevar um pouco o tamanho dos apartamentos. A Vitacon ganhou destaque em 2017 ao lançar o menor apartamento do País, com apenas 10 m², equipado com cama, cozinha compacta, mesa dobrável e banheiro. Segundo Frankel, o apartamento de 10 m² foi uma oportunidade possível na época devido às diretrizes do Plano Diretor e da legislação vigente.

Ele observa que replicar essa ideia hoje não é viável, e as unidades menores tendem a ser em torno de 20 m². O maior apartamento já construído pela empresa tem 170 m², 17 vezes maior do que o menor já lançado. Embora os estúdios ainda sejam o carro-chefe da estratégia de vendas da Vitacon, a empresa tem apostado em unidades maiores.

Em dezembro, a companhia anunciou o Vitacon Brigadeiro, projeto na avenida Brigadeiro Luís Antônio que busca fomentar a revitalização do centro. Serão três torres e R$ 300 milhões de Volume Geral de Vendas (VGV), o triplo de um empreendimento convencional. As unidades terão de 19 m² a 52 m². Na Bela Vista, a empresa lançou outro empreendimento com as mesmas características (três torres com unidades de 19 m² a 52 m² e VGV de R$ 300 milhões).

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O empreendimento Vitacon Brigadeiro é a aposta da incorporadora para revitalizar o centro de São Paulo Foto: Divulgação/Vitacon

Com o aumento dos preços, fator que impulsiona o faturamento da companhia junto com o aumento da demanda por imóveis e a queda da taxa de juros, o valor médio por apartamento vendido pela Vitacon passou de R$ 480 mil para cerca de R$ 600 mil em 2023.

Ao mesmo tempo, o número de pessoas que moram nos apartamentos da empresa, segundo Frankel, passou de cinco para dois ou três nos últimos anos. A tendência de famílias menores é uma preocupação de todas as incorporadoras. Segundo dados do Censo do IBGE divulgados no ano passado, o número menor de nascimentos se reflete em uma queda na média de moradores por domicílio no País, que foi de 3,31, em 2010, para 2,79, em 2022.

Por isso, a empresa aposta em unidades com áreas comuns com oferta de serviços, como lavanderia, spa, academia e espaço para animais de estimação.

Mas nem todos os clientes que compram os apartamentos da Vitacon os utilizam como moradia. O perfil dos consumidores da empresa é misto: metade dos compradores são investidores e metade utiliza os apartamentos para moradia.

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Em 2024, a meta da empresa é lançar 12 novos empreendimentos, mais do que dobrando o número de lançamentos do ano passado, que totalizaram cinco.

Plano Diretor e valorização dos terrenos

O CEO da Vitacon elogiou o novo Plano Diretor de São Paulo por permitir maior potencial construtivo em bairros nobres da cidade, apesar das críticas de urbanistas sobre a concentração da classe alta em poucas regiões. “Vemos o novo Plano Diretor com bons olhos. Ele vem para fomentar os bairros já consolidados, em vez de incentivar a criação de empreendimentos em áreas mais distantes. O incentivo vem para onde a cidade está extremamente verticalizada”, diz.

Ao mesmo tempo, o CEO da Vitacon prevê um aumento nos preços de terrenos e imóveis em áreas nobres da capital paulista e, por isso, a empresa antecipou este ano a compra de espaços para novos projetos. “Corremos muito nesse fim de ano para nos posicionar no mercado não só colocando mercadorias na rua, mas também olhando 2025 e 2026. Haverá encarecimento forte dos terrenos e é melhor se antecipar ao movimento”, afirma.

O aumento de preços dos terrenos em áreas nobres afeta todo o setor imobiliário, mas também chegou a ter impacto positivo para as incorporadoras, como a Trisul, que tinham comprado terrenos antes da pandemia de covid-19 e adiaram lançamentos para 2023 e 2024.

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