O imóvel compacto é o mais rentável para o investidor que busca renda com aluguel. Segundo dados do Índice FipeZap, o aluguel de apartamentos com um dormitório subiu 17,47% no País nos últimos 12 meses até agosto, ou seja, mais do que o IPCA (4,5%) e que o IGP-M (13,2%).
De acordo com o índice, o preço médio do aluguel de apartamentos no País em agosto foi calculado em R$ 46,41 por metro quadrado. Mas os imóveis com apenas um dormitório foram os que tiveram a maior rentabilidade, chegando a R$ 60,84. Ou seja, um apartamento com 35 m² tem aluguel mensal, em média, de R$ 2,1 mil.
A rentabilidade média dos imóveis em relação ao preço que custam ficou em 5,96% ao ano no País. Porém, a rentabilidade dos compactos de apenas um dormitório foi maior e chegou a 6,68% ao ano.
Entre as capitais, as cidades com maiores médias de rentabilidade do aluguel foram Manaus (8,06%), Belém (7,81%) e São Luís (7,68%). São Paulo ficou com rentabilidade de 6,03% ao ano, enquanto Rio ficou com 5,57%. A cidade que lidera o ranking nacional é Santos (8,72%), pelo apelo de ser uma cidade litorânea e ter poucos espaços disponíveis para locação.
A lucratividade dos compactos atrai investidores institucionais, especialmente em São Paulo. A gestora Vectis, que opera o fundo de investimento imobiliário VCRR11, tem quatro empreendimentos na Vila Mariana e no entorno do Parque do Ibirapuera.
O sócio-fundador da Vectis, Laércio Boaventura, conta que a rentabilidade dos imóveis na cidade é, em média, de 7,5%. A estratégia para conseguir isso é a oferta de contratos de locação de curta duração, com diárias, e também de média duração, como 120 dias. A ideia é atrair clientes que precisam ficar poucos dias na cidade e preferem não ficar hospedados em hotéis.
A gestora também prepara a oferta de serviços em alguns dos seus empreendimentos, como café da manhã e lanches, para aumentar os preços das diárias e elevar a rentabilidade para os cotistas do fundo. As cotas custam cerca de R$ 60 cada.
Neste ano, a Vectis iniciou a operação do empreendimento chamado Iconyc, na Vila Clementino, prédio da Cyrela no qual o fundo comprou 148 apartamentos.
“Miramos em aluguéis a partir de R$ 350 por dia ou mais com a oferta de serviços. No Iconyc, grande parte de compactos, teremos a oferta de serviços, como café da manhã e lanches, e estimamos uma rentabilidade de 10% ao ano”, diz Boaventura.
O negócio de locação é operado pela empresa chamada Charlie, que atua na cidade também em outros empreendimentos e localidades. De acordo com CEO e cofundador do Charlie, Allan Sztokfisz, houve um aumento na demanda por locação de curta duração neste ano.
“Esse crescimento é impulsionado pelas mudanças no trabalho, como o aumento do trabalho remoto e híbrido, que aumenta a demanda por moradias flexíveis. Além disso, a recuperação do turismo e o aumento das viagens de negócios, shows, e lazer também contribuíram para a procura por opções de curto prazo. A preferência por experiências residenciais temporárias em diferentes locais também está em alta”, afirma Sztokfisz.
O executivo conta que a rentabilidade pode ser entre 8% e 10% em bairros nobres da capital paulista, como Jardins, Itaim Bibi ou Vila Madalena.
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