Itaú lança loja virtual e quer estar entre os cinco grandes do setor no País

Inicialmente, as compras poderão ser feitas com pagamento via cartão, e o banco permitirá o parcelamento em até 12 vezes sem juros

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Foto do author Matheus Piovesana

O Itaú Unibanco entra, a partir desta segunda-feira, 29, no grupo de instituições financeiras que criaram shoppings virtuais (marketplaces) para chamar de seus. O banco lança o Itaú Shop, loja virtual que terá produtos de diferentes segmentos e oferecerá aos clientes compras nas plataformas e com os meios de pagamento do próprio Itaú. A meta é fazer o cliente utilizar o Itaú não só em serviços financeiros, mas também para as compras. Em suma, torná-lo mais fiel à instituição.

O Itaú Shop entra no ar com ofertas de duas dezenas de empresas, com destaque para Magazine Luiza e CVC, e estará nos aplicativos Itaú, Itaú Personnalité (para clientes de alta renda), Itaú Cartões e em breve no Iti, banco digital do conglomerado. Os 70 milhões de clientes da instituição poderão fazer compras sem sair dos aplicativos. A promessa é de uma experiência mais rápida, fluida e segura.

Com lançamento, banco quer estar entre os cinco maiores nomes do setor  Foto: Daniel Teixeira

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O embrião da nova loja foi o iPhone pra Sempre, programa em que os clientes do Itaú podem comprar o telefone fabricado pela Apple parcelado no cartão do banco, e trocá-lo depois por um mais novo. No ano passado, quando o iPhone 13 foi lançado, o Itaú se tornou o maior vendedor do modelo no Brasil.

“Vimos que tínhamos uma oportunidade gigantesca de ampliar a experiência de compra para todos os produtos”, disse, ao Estadão/Broadcast, Carlos Formigari, diretor do banco responsável pelo Itaú Shop. “Partimos de dois lugares: da experiência histórica que temos de parcerias, e do outro lado, da experiência de embedar (inserir) experiências fluidas aos clientes.”

Inicialmente, as compras poderão ser feitas com pagamento via cartão, e o banco permitirá o parcelamento em até 12 vezes sem juros. Nos próximos seis meses, entrarão no cardápio débito em conta, Pix e outras formas de pagamento, integradas aos canais do Itaú. A partir de outubro, virá o cashback (dinheiro de volta).

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“Vamos usar, e essa é a grande força que o banco tem, nosso conhecimento sobre os hábitos de consumo do cliente nos meios de pagamento”, afirmou Formigari. “Não sabemos exatamente os produtos que o cliente está comprando, mas conseguimos inferir, e (o Itaú Shop) já vai nascer com recomendações de produtos que fazem sentido para ele.”

Fidelização

Com a nova loja, o Itaú se une a outros bancos e a neobancos que têm apostado nas lojas virtuais para ampliar a fidelidade dos clientes. Bruno Diniz, sócio da consultoria de inovação Spiralem, afirma que a oferta de serviços para além do mundo financeiro por parte dos bancos vai além da busca por novas frentes de receita. “Tem o viés de o banco se enxergar como uma plataforma”, afirma. “Com essa abordagem, consegue ter um maior entendimento do cliente, e isso ajuda a fazer uma oferta mais contextualizada.”

Ele cita o inglês Revolut, na frente internacional, e o Inter e o Banco do Brasil, no mercado local, como exemplos de instituições que criaram lojas para expandir sua cesta de serviços. “O Inter foi um dos mais bem-sucedidos nisso, serviu de inspiração para os concorrentes”, afirma. “Outro exemplo novo, mas promissor, é o do Broto, do Banco do Brasil, que desenvolveu essa estrutura pensando no agro.”

No segundo trimestre, o Inter Shop teve 7,5 milhões de transações, com valor bruto de R$ 990 milhões, além de contar com 900 lojas. O Broto, plataforma do BB voltada ao segmento agro, realizou R$ 1,6 bilhão em negócios desde que entrou no ar, há dois anos. O banco público tem uma iniciativa mais ampla, a Loja BB, lançada no fim de 2021, também integrada ao aplicativo, e que teve volume de vendas de R$ 430 milhões no primeiro semestre deste ano.

Formigari, do Itaú, não detalha quanto o banco espera em volume transacionado no Itaú Shop. Entretanto, afirma que o objetivo é ambicioso - proporcional ao tamanho da instituição, a maior da América Latina. “Vamos nos posicionar entre os grandes marketplaces do Brasil”, afirma. “Temos quatro ou cinco grandes, e esperamos estar entre eles nos próximos quatro, cinco anos.”

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