O copresidente do conselho de administração do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, disse nesta quinta-feira, 15, que nos últimos dois anos o banco “encontrou um caminho” para enfrentar a maior concorrência com agentes digitais e se modernizar. Ele afirmou que, antes disso, o banco tateava em busca de um caminho.
“Há dois, três anos, eu estava mais preocupado, porque o banco não tinha encontrado um caminho”, disse ele durante o Itaú Day, evento do banco com investidores, realizado de forma virtual. “Nesses dois anos, iniciamos uma jornada na área de tecnologia, na transformação do banco, em como organizar o banco.”
O outro copresidente do conselho, Pedro Moreira Salles, afirmou que também tinha preocupações no passado, principalmente porque os novos competidores tomaram os bancos tradicionais como “vidraça” ao chegar ao mercado e desafiar os modelos estabelecidos. Ele disse que não acredita na tese de que os bancos estabelecidos representam o passado, empunhada muitas vezes por fintechs e neobancos.
Leia mais
Setubal acredita que o banco tem sobressaído em relação aos concorrentes. Na visão dele, isso demonstra que o conglomerado está no caminho certo na direção da modernização do negócio e também do setor.
“Eu vejo o Itaú sobressaindo em relação à concorrência tradicional”, disse ele. “Os resultados dos últimos anos mostram que nós estamos na direção certa.” Moreira Salles corroborou a declaração destacando que 50% dos sistemas do Itaú foram levados para a nuvem, o que constitui a maior parte das plataformas que serão efetivamente migradas. “Como nem tudo vai migrar, 70% do caminho da modernização do banco está feito.”
Ele afirmou ainda que o desafio do Itaú é mudar do modelo tradicional de organização, centrado em produtos, para um novo, focado no cliente. Segundo ele, neobancos também vivem esse desafio, mas por motivos diferentes. “O modelo tradicional é de monoliners, não tem o olhar do todo”, disse ele.
“Essa organização centenária (Itaú) se organizou historicamente em torno de produtos, e agora, quer se organizar em torno dos clientes.” Moreira Salles afirmou ainda que a mudança de modelo é algo que todas as empresas buscam.
No caso das fintechs, ele disse que as companhias costumam nascer focadas em apenas um produto, o que ajuda a ter uma visão completa dos clientes, mas cria um desafio para crescer, e que apenas uma cultura corporativa forte sustenta essa transição.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.