Josué Gomes não marca assembleia pedida por sindicatos e clima esquenta na Fiesp

De 112 sindicatos filiados, 86 pediram convocação de assembleia com o objetivo de tirar executivo do comando da Fiesp; ‘levante’ é liderado por Paulo Skaf, ex-presidente da entidade

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Foto do author Fernanda Guimarães

A crise na Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) esquentou, colocando em oposição os grandes e pequenos sindicatos associados à entidade. Depois de 86 entidades pedirem por um assembleia na segunda-feira, 12, na tentativa de tirar do cargo o presidente Josué Gomes, a reunião acabou não sendo convocada pelo presidente da entidade, apurou Estadão. A justificativa para a não convocação, segundo fontes, é formal: o pedido não respeitaria as delimitações do estatuto.

O momento é de grande divisão da Fiesp, conforme fontes consultadas pela reportagem. Um dos problemas levantados é de que uma grande maioria dos sindicatos que fazem parte da entidade – são 112 no total – são de pequeno porte – eles vêm sendo chamado nos bastidores de “sindicatos de gaveta”. Um dos movimentos é para que o estatuto da entidade seja revisto após essa crise.

Fiesp tem hoje 112 associados Foto: Divulgação/ FIesp

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Conforme informações do estatuto da Fiesp, a perda do mandato pode ocorrer por “conduta incompatível com a ética”, “abandono do cargo”, dilapidação de do patrimônio social”, dentre outros itens. “Nada que justifique, de longe, o impeachment de Josué”, disse fontes. Pressionado, Josué não está parado e está sendo assessorado juridicamente pelo jurista Miguel Reale Jr.

O “levante” teve por trás Paulo Skaf, que esteve à frente da Fiesp por quase 20 anos. Segundo fontes que participam da alta cúpula da entidade, as assinaturas para convocar a assembleia partiram essencialmente de sindicatos menores do Estado, com os grandes sindicatos patronais ficando de fora. Fontes afirmaram que Skaf tem o objetivo de voltar ao comando da entidade, depois de não ter encontrado cargo político após várias candidaturas. Procurado, Skaf não comentou.

Da lista dos sindicatos que se posicionaram contra Josué, conforme lista que o Estadão teve acesso, estão diversas entidades de segmentos como panificação, pescaria e café – todos com representatividade mínima. Do lado desses sindicatos, a leitura é de que Josué não está respeitando o estatuto da Fiesp e que a decisão pela chamada de uma assembleia dependerá do conselho, que poderá fazê-lo diretamente.

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Presidentes de sindicatos patronais, que estão atuando em defesa do atual comando da entidade, iniciaram conversas com alguns dos sindicatos que assinaram a convocação da assembleia. No entanto, segundo uma fonte, Josué “está pela bola sete”. O movimento capitaneado por Skaf também já foi definido como “golpe na Fiesp”.

Procurada, a Fiesp não comentou.

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