L’Occitane tenta recuperar terreno com novas marcas

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Foto do author Fernando Scheller

As vendas da L'Occitane tiveram uma forte desaceleração no Brasil: no ano fiscal de 2013, que terminou em março, a expansão no mercado brasileiro foi de 7%, ante 35% em 2012. Para reverter esse quadro, a companhia aposta na ampliação de seu portfólio de marcas, com a L'Occitane au Bresil, lançada em maio, e novo posicionamento para a Le Couvent des Minimes, que ganhará um novo site de vendas pela internet a partir desta quinta-feira, 5.Com preços 30% mais baixos do que os da 'marca-mãe', a Le Couvent des Minimes é vendida no Brasil, de forma tímida, desde 2011. Até agora, a linha estava disponível somente em 58 lojas do Pão de Açúcar, em cinco municípios. Essa realidade vai mudar: além da loja virtual própria, a Le Couvent des Minimes será vendida em sites como Dafiti e Beleza na Web.No varejo tradicional, a marca fechou parceria com a Drogaria São Paulo. Até o fim de setembro, estará em 50 lojas da rede, espalhadas em 20 cidades. A rede de farmácias também vende L'Occitane, mas o presidente do grupo no Brasil, Benjamin Beaufils, esclarece que a Le Couvent des Minimes estará em lojas diferentes, para evitar que o consumidor se confunda. Uma campanha online vai explicar a proposta da nova linha.SemelhançasNo entanto, segundo fontes do setor de beleza e perfumaria, o problema é que a marca Le Couvent des Minimes tem posicionamento bastante semelhante ao da própria L'Occitane. "É só olhar para os portfólios. Ambas têm origem francesa e produtos à base de verbena", diz uma fonte.Para o consultor em marcas Ricardo Klein, sócio da consultoria Top Brands, uma das medidas essenciais nesse processo de expansão é explicar bem a proposta da Le Couvent des Minimes à clientela. "Hoje, as pessoas estão acostumadas a ver a L'Occitane na Drogaria São Paulo. Se vai a outra loja e encontra um produto parecido, o cliente pode ficar confuso", diz o especialista. "Se as famílias de produtos são muito próximas, o risco de uma canibalizar a outra fica maior."Outra dúvida do mercado em relação à estratégia da L'Occitane é que, enquanto outras marcas tentam abrir outros canais de venda, as novas marcas da rede francesa estão todas se 'acotovelando' no varejo.Os produtos da L'Occitane au Bresil, que nasceram com a proposta de usar princípios ativos brasileiros na formulação, são vendidos dentro das 90 lojas da rede e também em quiosques em shopping centers. A exemplo da Le Couvent des Minimes, a linha de apelo brasileiro também pratica preços inferiores aos da marca principal.Ao apostar todas as suas fichas no varejo, a empresa toma um caminho diferente do trilhado pelas principais marcas brasileiras de cosméticos. O Grupo Boticário, líder no varejo, está migrando para a venda direta tanto com sua principal marca quanto com a Eudora, criada em 2011. Já a gigante do porta a porta Natura está fazendo sua primeira experiência no varejo, com a abertura de uma loja na rua Oscar Freire. A marca pretende abrir de 20 a 30 unidades em todo o País.Após usar o último ano fiscal para 'arrumar a casa' depois de um período de forte expansão, o presidente da L'Occitane no Brasil espera que as novas marcas impulsionem o resultado de 2014. No ano passado, o Brasil contribuiu com 3% do crescimento total da empresa - no período anterior, a participação havia sido bem maior, de 8,8%. Segundo o balanço global da L'Occitane, o faturamento mundial foi de 1,04 bilhão. A fatia brasileira, de 4%, equivale a R$ 130 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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