Marisa conclui reestruturação com fechamento de 88 lojas, e papeis da empresa sobem mais de 10%

Investimento total no processo foi de R$ 44,5 milhões, 16% abaixo do custo previsto inicialmente; companhia continua com 246 unidades em todos os Estados

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A Marisa Lojas fechou o dia com alta de mais de 10% na Bolsa após informar, nesta segunda-feira, 17, a conclusão de seu plano de fechamento de lojas e reestruturação dentro do prazo. Foram encerradas, ao todo, 88 lojas, ante uma previsão inicial de encerramento de 92 estabelecimentos no segundo trimestre de 2023.

O investimento total para estes fechamentos foi de R$ 44,5 milhões, 16% abaixo do custo previsto inicialmente. Com isso, há potencial captura de Ebitda de cerca de R$ 40 milhões em 2023 ou de cerca de R$ 60 milhões na comparação anual, a partir do ano de 2024, segundo a companhia. Agora, a Marisa conta com 246 unidades, ainda com presença em todos os Estados do País.

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A primeira parte do processo de redução de despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A) também foi concluída, o que viabilizou geração extra de caixa da ordem de R$ 35 milhões ao ano. “Ao longo do segundo semestre serão otimizados os serviços de terceiros e outras despesas, o que deverá gerar uma economia adicional de pelo menos R$ 10 milhões por ano”, completa a companhia.

Já o processo de renegociação de dívidas com fornecedores atingiu cerca de 90% do total de fornecedores e 97% do total da dívida com parceiros de revenda. Já as renegociações de aluguéis ultrapassaram 80% de novos acordos com os proprietários de imóveis, afirma a varejista.

Histórico

No primeiro trimestre deste ano, a varejista de moda informou que havia contratado a BR Partners para assessorá-la no processo de renegociação de seu endividamento financeiro e a Galeazzi Associados para apoiá-la no aperfeiçoamento da estrutura de custos.

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Lojas Marisa é uma das grandes redes de varejo voltadas à venda de roupas Foto: DANIEL TEIXEIRA / ESTADÃO

Ainda em fevereiro, o reestruturador de empresas João Pinheiro Nogueira Batista foi anunciado para o comando da companhia. Além das dificuldades financeiras da companhia em um período de juros altos e restrição de crédito para o varejo, o gestor tem lidado com os desafios de novas competidoras no mercado, das quais a mais preocupante tem sido a Shein. A competitividade da nova entrante tem derrubado os papéis das varejistas nacionais da B3.

“Se a economia estivesse melhor e sem esse contrabando todo, talvez eu não tivesse de fechar 90 lojas”, disse Batista em entrevista ao Estadão/Broadcast, em abril deste ano. O gestor tem sido uma das vozes mais críticas à plataforma chinesa e à isenção de imposto de importação para compras até US$ 50 para essas empresas.

Sobre o plano de reestruturação da Marisa, em sua página do LinkedIn, Batista compartilhou o Fato Relevante da companhia com a frase: “Prometer é uma coisa. Executar e entregar no prazo é outra coisa”.

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