A incorporadora Moura Dubeux vai dar vida nova a dois edifícios muito conhecidos em Salvador, mas que estavam desativados havia anos. São os imóveis nos quais funcionavam os hotéis Bahia Othon Palace e Pestana. A companhia vai lançar, em 2024, dois empreendimentos de luxo que combinarão residencial e hotelaria no lugar dos prédios antigos. Juntos, eles devem movimentar R$ 1,1 bilhão em vendas.
Para isso, a Moura Dubeux fechou nesta semana a aquisição do Bahia Othon Palace, localizado na orla de Ondina. O imóvel foi arrematado em leilão judicial, pelo valor total de R$ 109 milhões, incluindo impostos, taxas e dívidas do antigo proprietário.
A unidade pertencia à Othon Hotéis, que está em recuperação judicial e também já havia fechado outras unidades, como a de Belo Horizonte. A companhia foi fundada em 1943 e chegou a ser a maior rede hoteleira do Brasil com capital nacional. Hoje é dona de apenas dois hotéis, ambos no Rio.
Por sua vez, a Moura Dubeux já havia comprado, em 2022, o prédio no qual ficava o Hotel Pestana, no bairro do Rio Vermelho. Aqui, a transação foi privada, e o valor não foi revelado.
Agora, a incorporadora dará andamento aos novos complexos de luxo na capital baiana. “Em 2024, estes serão os dois maiores lançamentos da companhia”, afirmou o presidente da Moura Dubeux, Diego Villar, em entrevista ao Estadão/Broadcast.
Os projetos configuram o maior investimento já feito pela incorporadora na cidade de Salvador em um único ano. Além de aquecer os negócios, também vão contribuir para dar uma nova cor à orla. “São imóveis icônicos, mas que estavam fechados, abandonados, criando cicatrizes para a cidade. Eles estão em áreas que foram revitalizadas e são importantes para a sociedade”, disse Villar.
Retrofit e hospedagem de curta temporada
O primeiro a ser lançado será o empreendimento do antigo Pestana, cujo projeto está mais adiantado. A abertura das vendas está prevista para o primeiro trimestre de 2024. O edifício será reformado e transformado em apartamentos com serviços de hospedagem de curta temporada. No terreno de 26 mil m² também será erguido um prédio residencial de alto padrão para moradia. O valor geral de vendas (VGV) estimado é de R$ 485 milhões.
O segundo lançamento será o do antigo Bahia Othon Palace, no segundo semestre. O projeto prevê o retrofit da torre principal, que receberá um resort de uso misto, com estúdios, apartamentos, salas comerciais, lojas, restaurantes e opções para hospedagem.
O terreno, com 27 mil m² à beira-mar, também receberá um residencial de luxo, batizado com o nome de Mansão Othon, em homenagem ao antigo hotel, e contará com apartamentos com cinco suítes e 500 m². O VGV do complexo será de R$ 615 milhões.
“Nos dois casos, os terrenos são muito grandes e ficam em áreas nobres. A torre única nesses projetos subutilizava o terreno. Vamos aproveitar essas partes”, disse o diretor regional da Moura Dubeux, Fernando Amorim.
Tanto os apartamentos para moradia quanto aqueles para hospedagem serão destinados à venda. A companhia não pretende atuar na administração dos imóveis, afirmou Villar.
Os imóveis para hospedagem serão vendidos para investidores em geral, e administrados por uma empresa com experiência no ramo de hotelaria, ainda a ser contratada. A Moura Dubeux já fez parceria com várias operadoras do gênero, como Atlântica e Transamérica, por exemplo.
Os empreendimentos também encorpam a linha de produtos imobiliários da Moura Dubeux chamados internamente de Beach Class - que são apartamentos que funcionam como segunda moradia ou como hospedagem de curta temporada. No momento, a companhia tem 5,6 mil unidades desse tipo em construção, espalhados pelas capitais e cidades litorâneas do Nordeste. “Com certeza, ninguém está fazendo tantos investimentos no mercado imobiliário destinado ao turismo na região como nós”, disse Villar.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.