Multinacional compra o controle da Papaiz e da Udinese

Grupo Assa Abloy, que já era controlador de La Fonte e Silvana, firma-se na liderança do setor de cadeados e fechaduras

PUBLICIDADE

Publicidade
Com a compra da Papaiz, Assa Abloy se torna líder Foto: Divulgação

Texto atualizado às 12h30 para correção de informação 

PUBLICIDADE

SÃO PAULO - A multinacional Assa Abloy, resultado da fusão entre a sueca Assa com a finlandesa Abloy, adquiriu o controle de duas das cinco empresas do Grupo Papaiz: a Papaiz, que produz cadeados e fechaduras, e a Udinese, focada em componentes para esquadrias de alumínio. O valor do negócio não foi divulgado. Em entrevista ao Estado, o presidente da Assa Abloy no Brasil, Luis Augusto Barcelos Barbosa, afirmou que, com essa operação, a múlti tornou-se líder absoluta nesse segmento no País.

Com o negócio, o Grupo Papaiz concentrará sua gestão nas áreas imobiliária (com a Cicap), agropastoril (com a Veredas do Arrojado) e de comércioexterior (com a Papaiz Trading Ásia e Canadá). 

A Assa Abloy, que tem um faturamento global de cerca de US$ 8 bilhões, entrou no Brasil em 2000, com a compra da empresa La Fonte, que chegou a pertencer à família Jereissati e depois foi vendida para o grupo inglês Williams. “A Assa Abloy se define como uma empresa de soluções para abertura de portas e sua estratégia de expansão é feita por meio de aquisições”, disse Barbosa.

Publicidade

Em 2014, a multinacional avançou no mercado doméstico com a compra da empresa Silvana, de Campina Grande (PB), que atua no segmento de fechaduras e cadeados e tem forte participação nas regiões Norte de Nordeste do País, e da companhia paulista Metalika (que faz porta corta-fogo). 

Neste mês, fez três importantes aquisições para se tornar líder nesse segmento no Brasil. No início de dezembro, fechou a compra da Vault, empresa que produz sistema de segurança, como portas blindadas e guaritas, além de software, a multinacional fechou na semana passada a compra das duas empresas do Grupo Papaiz.

“Com essas operações, dobramos nosso faturamento no Brasil e conquistamos de vez a liderança. A receita líquida da Assa Abloy era de cerca de R$ 200 milhões e passa para cerca de R$ 400 milhões a R$ 430 milhões com o grupo Papaiz em 2016”, disse o executivo.

Estratégia. De acordo com Barbosa, o mercado de fechaduras, cadeados, dobradiças e esquadrias de alumínio é pulverizado no País e no mercado internacional. Com a compra da Papaiz, a Assa Abloy vai atuar em todos os segmentos, desde a linha mais popular (Silvana), intermediária (com a Papaiz) e de alto valor agregado, com a La Fonte, da qual já tinha o controle. “Mesmo com essa recente aquisição, nossa fatia no mercado brasileiro deve alcançar cerca de 20%”, afirmou. 

Publicidade

Até então, a líder nesse segmento de cadeados e fechaduras era a empresa Stam, do Rio de Janeiro, afirmou Barbosa.

As negociações entre a Assa Abloy e a Papaiz foram demoradas. “Não entramos no Brasil porque o País está barato e o dólar valorizado deu essa vantagem. Negociamos com a família Papaiz há pelo menos cinco anos”, disse. A Inspire Capital foi a assessora financeira da família nessa operação.

A meta da companhia é fazer mais aquisições no Brasil. “Como o mercado é pulverizado, temos oportunidades para avançar nesse segmento e trazer para o Brasil produtos de alta tecnologia”, disse o executivo. “No caso do segmento de esquadrias, no qual a Udinese atua, há muito espaço para avançar. No de cadeados e fechaduras, há uma infinidade de produtos, como fechaduras digitais e controladores de acesso que podem avançar no mercado brasileiro.”

A Assa Abloy, que se fundiu em 1994 e tinha um faturamento de US$ 500 milhões e 4 mil funcionários, agora é uma gigante líder global, com 45 mil trabalhadores. No Brasil, passa a ter seis fábricas e entre 2 mil e 2,5 mil funcionários. “As duas empresas (Assa e Abloy) atuavam de forma independente antes da fusão e sempre cresceram por aquisições. Não vai ser diferente no Brasil.” 

Publicidade

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.