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Nestlé, nova dona da Kopenhagen, manterá plano de abertura de duas mil lojas

Rede tem hoje 1.100 unidades no País; acordo de venda ainda precisa de aprovação do Cade

Foto do author Altamiro Silva Junior
Atualização:

A Nestlé assinou na noite de quarta-feira, 6, a compra do Grupo CRM, dono das marcas de chocolate Kopenhagen e Brasil Cacau e da rede de cafeterias Kop Koffe. O objetivo é prosseguir com os planos de expansão do grupo e triplicar o número de unidades para 3 mil pontos até 2026. Para isso, deve abrir 2 mil novas unidades.

O valor da aquisição, que ainda depende de aprovação regulatória, não foi divulgado, mas fontes próximas falam que foi da ordem de R$ 4,5 bilhões.

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Renata Vichi, CEO da CRM, continua no comando da empresa. Ela tem uma história de 25 anos no grupo. Era sócia de seu pai, Celso Ricardo de Moraes, na CRM. Ele vendeu sua participação para o fundo americano Advent em 2020, mas Vichi continuou e agora vai permanecer novamente.

No negócio fechado ontem à noite, o fundo vendeu 100% de sua participação na CRM para a Nestlé, mas a executiva segue como sócia, em fatia não revelada, ao lado dos suíços na CRM. Renata Vichi vai continuar como a presidente da unidade de negócios.

A meta de expansão, que foi definida antes da aquisição, mas que recebeu o aval da Nestlé, é triplicar a presença das lojas pelo canal de franquias. Hoje são 1.100 unidades e o objetivo é chegar a 3.000 até 2026. Vichi conta que desde a entrada da Advent na CRM, a Kopenhagen dobrou de tamanho, em número de lojas, faturamento e Ebitda (lucro antes dos impostos, juros e amortizações).

“Quando a Advent chegou o plano era dobrar de tamanho em cinco anos, mas fizemos isso em três anos”, disse a executiva. “Agora iniciamos um capítulo novo com a Nestlé.”

Sócio da Advent, Wilson Rosa diz que o fundo decidiu fazer um processo competitivo para analisar os rumos de seu investimento na Kopenhagen. Entre as opções, estava a venda da participação ou uma abertura de capital (IPO, na sigla em inglês). Para isso contratou o Goldman Sachs. “Ao longo do processo fomos ficando cada vez com afinidade maior com a equipe da Nestlé”, disse o executivo.

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No processo de venda, o grupo CRM foi oferecido a outros nomes no mercado. Oficialmente os executivos não revelam quem participou, mas fontes dizem que a marca Cacau Show e a suíça Lindt estavam entre os interessados.

Meta de expansão foi definida antes do acordo de venda para Nestlé Foto: Kopenhagen

Na Kopenhagen, Rosa diz que expandiu o canal digital, além de acelerar a expansão física da marca e da Brasil Cacau. “Esse plano de expansão não está nem perto de ser exaurido. Temos hoje no mapa 2 mil lojas a serem abertas.” O ritmo de abertura tem sido de cinco lojas por semana.

O CEO da Nestlé Brasil, Marcelo Melchior, afirma que, nas conversas no processo de aquisição, quando o grupo suíço entendeu melhor o modelo de negócios da Kopenhagen, uma marca com décadas de história no Brasil, e os seus planos para o futuro, foi tomada a decisão de participar da operação. “Não vamos modificar o DNA da organização.”

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Ao contrário do Advent, que comprou a participação na CRM já pensando na venda (a lógica normal de um fundo de private equity especializado em adquirir empresas), a Nestlé fez uma aposta de longo prazo. No comando do negócio, Vichi terá a missão de identificar potenciais sinergias da Kopenhagen com a Nestlé.

A aquisição ainda precisa de aprovação dos órgãos reguladores, incluindo o Conselho de Defesa da Concorrência (Cade). A Nestlé teve uma longa experiência com a instituição após a compra da Garoto, que demorou 20 anos para ser aprovada. “Vamos fazer todo o processo de aprovação com o Cade. Vamos seguir todos os rituais”, disse o CEO da Nestlé. “Estamos confiantes que teremos os argumentos para que essa aquisição seja aprovada.”

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