Pix por aproximação, consignado das empresas para funcionários: o que vem aí no mundo das fintechs

Agenda de desregulamentação adotada pelo Banco Central nos últimos anos abriu mercados que antes estavam restritos aos bancos tradicionais

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Foto do author Carlos Eduardo Valim
Atualização:

O efervescente ambiente de negócios relacionados às fintechs (as startups do setor financeiro) no Brasil nos últimos tempos tem relação direta com a desregulação promovida pelo Banco Central, segundo especialistas. A avaliação é que isso permitiu aumentar a competitividade em diversas atividades financeiras e trazer disrupção ao mercado.

As bases para isso vêm sendo desenvolvidas desde o Plano Real, que completou 30 anos este mês. “Ele tirou a principal receita dos bancos, que até 1994 era apostar contra o governo e lucrar com o aumento da inflação”, diz Carlos Simonsen, cofundador do fundo de venture capital brasileiro Upload Ventures. Ele é sobrinho-neto de Mario Henrique Simonsen (1935-1997) - ministro da Fazenda do presidente Ernesto Geisel (1974-1978) e um dos apoiadores desde o início do plano de desindexação elaborado por Pérsio Arida e André Lara Resende, pilar do projeto do real.

Inovações como o Pix abriram caminho para o crescimento das fintechs Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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Já nos últimos anos, principalmente desde a presidência de Michel Temer (mandato de 2016-2019), foi adotada uma agenda pelo BC de desregulamentar mercados que anteriormente só poderiam ser explorados por bancos. A evolução permitiu oferecer serviços de pagamentos digitais por Pix, concessão de crédito e gestão de cartões de crédito e débito.

Um exemplo recente que pode abrir mais oportunidades são as transações por Pix por aproximação, em parceria com Google Pay e Apple Pay, prevista para entrar em operação neste ano.

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Outra ação importante de 2024 deve ser a regulação do Banking as a Service (BaaS), tradução do inglês para banco como serviço. Esse conceito autoriza que empresas de diferentes segmentos, como lojas de varejo e supermercados, ofereçam serviços financeiros diretos aos seus clientes. Há consulta pública prevista para definir as diretrizes dessa nova forma de oferecer serviços bancários.

Mas pouco teve mais impacto do que a chegada dos pagamentos pelo sistema Pix, que terá ainda o reforço do Drex, o sistema chamado de real digital, ainda em fase de testes pelo BC. As simulações testadas envolvem um token, num modelo similar ao de criptomoedas, para operações entre indivíduos e empresas.

Outro campo de grande potencial a ser percebido ainda é o Open Finance, que obriga o compartilhamento de dados financeiros dos clientes entre instituições. Isso ajuda o ecossistema inteiro a ter mais informações sobre os seus clientes atuais e potenciais, e elaborar ofertas mais ajustadas para eles.

“O Brasil tem feito a desregulamentação de maneira muito organizada”, diz Simonsen. “A joia da coroa deve ser o que o Drex e Open Banking podem fazer pelo mercado de capitais, e isso não tem precedentes no mundo, para sabermos o que vai acontecer. Também vemos hoje empresas, até farmacêuticas, pensando em fazer empréstimo consignado para funcionários, desconto de duplicata, desconto de duplicata e oferecer crédito por risco sacado. Cinco anos atrás, não existia essa conversa.” Esses tipos de negócios devem abrir mais campos de atuação para as fintechs.

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As fintechs brasileiras também receberam um estímulo legislativo ao poderem apurar o Imposto de Renda (IR) com base no lucro presumido, reduzindo potencialmente a carga tributária em até 50%.

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