O Grupo Pão de Açúcar (GPA) informou nesta segunda-feira, 5, que pretende segregar a operação de varejo colombiana Éxito. De acordo com comunicado ao mercado, o GPA reduziria seu capital de 96% para 13%, distribuindo 83% dos papéis da Éxito a seus acionistas.
O Casino, dono do GPA, quer vender a operação da rede colombiana até 2024. Há informações de que essa intenção se estenderia à própria bandeira Pão de Açúcar, com a possibilidade de o antigo sócio majoritário, Abilio Diniz, voltar ao negócio. Abilio, porém, tem negado que tenha essa intenção, já que ele é hoje sócio do Carrefour.
O grupo vem passando por mudanças nos últimos tempos. A rede de atacarejos Assaí, um negócio mais lucrativo, foi separada da estrutura do GPA no ano passado, tornando-se um negócio independente.
“O conselho de administração do GPA considerou que a transação, que tem como objetivo aumentar o valor de mercado das ações de GPA e Éxito separadamente, possui um potencial de destravamento de valor a ser capturado de forma isonômica por todos os acionistas do GPA”, diz o documento encaminhado à CVM.
A empresa espera concluir a transação, com a entrega das ações ordinárias do Éxito, incluindo sob a forma de BDRs e ADRs, aos seus acionistas, durante o primeiro semestre de 2023.
O GPA afirmou ainda que os valores mobiliários do GPA continuarão sendo negociados na B3 e na Bolsa de Nova York, da mesma forma que os papéis do Éxito continuarão a ser negociados na Colômbia na BVC.
O Éxito irá protocolar a documentação necessária junto à CVM e a Securities and Exchange Commission (SEC), órgão semelhante nos EUA, para que os BDRs e ADRs sejam negociados no Brasil e nos Estados Unidos, respectivamente.
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O conselho de administração do GPA autorizou a administração a dar continuidade aos estudos e iniciar a preparação da implementação da transação, da mesma forma que o conselho do Éxito aprovou o começo dos trabalhos para esta finalidade.
A companhia destacou que a implementação da transação depende da conclusão dos trabalhos preparatórios, de aprovações necessárias, incluindo dos órgãos reguladores competentes e da aprovação pelos acionistas do GPA em Assembleia-Geral Extraordinária (AGE).
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