Pernambucanas troca CEO depois de sete anos e contrata ex-Banco do Brasil

Rede ampliou número de lojas na pandemia e espera crescer 5% neste ano, mesmo em momento de crédito escasso

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Foto do author Carlos Eduardo Valim
Atualização:

A rede de varejo Pernambucanas promove troca em seu comando. Depois de sete anos, Sérgio Borriello deixará o posto de CEO para dar lugar a Marcelo Labuto. Com 33 anos de experiência profissional, em especial no mercado financeiro, o novo presidente da empresa tem no currículo os cargos de diretor-executivo do Santander, quando foi responsável pelas operações de varejo, e de presidente da BB Seguridade.

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Ele também foi alçado à presidência do Banco do Brasil em novembro de 2018, ainda durante o governo de Michel Temer, em substituição a Paulo Caffarelli.

“O varejo é muito mais que compra e venda de produtos. É, principalmente, sobre pessoas e gestão. Marcelo Labuto tem ampla experiência em diferentes negócios, em diversos estágios de maturação, com o perfil de liderança de que precisamos nesse momento”, afirma, por meio de comunicado, o presidente do conselho e acionista da Pernambucanas, Martin Mitteldorf.

“Ao Sérgio, somos muito gratos por toda sua dedicação e comprometimento, do começo ao fim, com o projeto que desenhamos há sete anos”, diz a nota.

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Marcelo Labuto, novo CEO da Pernambucanas, passou por Banco do Brasil e Santander Foto: Pernambucanas/Divulgação

A rede fundada em 1908 superou o número de 500 lojas e 12 mil empregados no fim do ano passado. Mesmo no período pós-pandemia, manteve a estratégia de abertura de unidades físicas entre 2020 e 2022. Com isso, a empresa voltou a ter lojas no Rio de Janeiro e Espírito Santo e abriu pontos no Nordeste, incluindo na Bahia, Sergipe e Pernambuco. Neste último Estado, a rede não estava mais presente, apesar de seu nome e de ter sua origem na região.

Neste ano, os investimentos em lojas diminuíram, num momento de crédito escasso para o setor, e ficaram mais concentrados em tecnologia.

Outro dos focos estratégicos de Borriello nos últimos anos foi ampliar a digitalização da empresa. Atualmente, em torno de 20% das vendas envolvem alguma interação com o digital.

Expectativa da Pernambucanas para 2023 é de crescimento em torno de 5% e faturamento de cerca de R$ 5 bilhões Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Entre as missões do novo executivo, estão o crescimento em algumas regiões de expansão recente da empresa, com um aprimoramento logístico, e a ampliação dos negócios do seu braço financeiro, a Pefisa.

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A Pernambucanas também planeja explorar um momento de possível melhora das expectativas de consumo com a queda da Selic. Em 2023, a expectativa é de crescimento em torno de 5% para a rede, faturando em torno dos R$ 5 bilhões. O varejo nacional acumulou alta de 1,3% em vendas no primeiro semestre de 2023, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “O grande ofensor do varejo são os juros altos, que afetam o crédito, encarecem as parcelas das vendas para o consumidor e sufocam as empresas por meio de despesas financeiras altas, matando o resultado das empresas. E, assim, elas precisam sacrificar muito o caixa e têm a capacidade de investimento e de financiar o cliente prejudicadas”, afirma o fundador da consultoria Vareje Retail, Alberto Serrentino. “Enquanto não houver uma queda mais forte dos juros, dificilmente o varejo destrava, apesar de uma melhora gradual das condições.”

Nesse cenário, a empresa espera manter o crescimento. “A Pernambucanas é uma empresa com grande potencial para criar produtos e serviços, inclusive financeiros, e utilizar diferentes canais de distribuição. Vamos dar muita atenção às oportunidades que estão surgindo e à expansão da companhia para mantermos o protagonismo no varejo brasileiro”, diz Labuto, em comunicado.

O executivo também tem experiência em abertura de capital, tendo conduzido o processo da BB Seguridade, um caminho que também vinha sendo buscado pela Pernambucanas antes da pandemia. Com a crise econômica, a varejista adiou esses planos, e não tem buscado, segundo pessoas próximas da gestão, novas formas de financiamento, no momento.

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