(Atualização às 14h, para correção de informação)
A Petrobrás confirmou que está analisando a possibilidade de se desfazer de ativos, em meio a rumores de venda da Gaspetro, uma de suas subsidiárias. Em resposta a um questionamento feito pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a estatal divulgou um comunicado nesta quarta-feira, 16, em que afirma estudar oportunidades de desinvestimentos nas áreas de gás e energia, exploração e produção e abastecimento.
A companhia lembra que em junho, divulgou a aprovação de um plano de desinvestimento no valor total de US$ 15,1 bilhões para 2015 e 2016. Afirma também que a carteira de venda de ativos é dinâmica, e a concretização dessas oportunidades depende de condições negociais e de mercado. Os rumores são de que a Gaspetro valeria aproximadamente US$ 2,6 bilhões.
Em julho, o conselho de administração da Petrobrás aprovou a venda de ativos Transportadora Associada de Gás (TAG), braço da Gaspetro responsável pela rede de gasodutos da petroleira.
Entretanto, após a perda do grau de investimento pela agência Standard and Poor's na semana passada, a Petrobrás terá de revisar seus planos de cortes de custos, o que pode afetar os desinvestimentos da companhia. A revisão do plano de negócios é estudada há pelo menos duas semanas, como antecipou o Estado. Anunciado em junho, o atual plano da companhia prevê a venda de US$ 15,7 bilhões em ativos até o próximo ano, e outros US$ 42 bilhões entre 2017 e 2018.
Enquanto não há definição sobre o novo valor dos investimentos, a Petrobrás prepara a demissão de funcionários terceirizados em áreas administrativas. A previsão é que sejam feitos cortes "pesados" em subsidiárias como BR Distribuidora, Transpetro, Petrobrás Biocombustíveis, Gaspetro e Liquigás. A prioridade são empresas na lista de desinvestimentos, em projetos cancelados e em setores considerados "inchados". A estimativa da estatal é cortar até US$ 12 bilhões em "gastos gerenciáveis" até 2019.
BR Distribuidora. Outro item da lista de desinvestimentos da Petrobrás é a abertura de capital da BR Distribuidora. Conforme apurou o Broadcast, serviço de informações da Agência Estado, os planos podem ser adiados por conta da queda do preço do petróleo no mercado internacional e da desaceleração da economia chinesa, que afeta os negócios da estatal com o país.
Outro motivo seria o envolvimento do agora ex-presidente da subsidiária de combustíveis, José Lima de Andrade Neto, nas investigações da Operação Lava Jato, que apura o esquema de corrrupção na Petrobrás. Licenciado da presidência do conselho de administração da petroleira, Murilo Ferreira, também presidente da Vale, seria contra o lançamento de ações da subsidiária na Bolsa em outubro, conforme previsão inicial. Isso porque o desdobramento das investigações poderia afetar o preço dos ativos e não render o esperado pela estatal.
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