SÃO PAUO e RIO - O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nesta segunda-feira, 22, que os investimentos na Margem Equatorial vão ajudar a estatal a financiar a sua transição energética. O comentário foi feito durante a realização do Seminário Brasil Hoje, evento realizado pela Esfera Brasil, onde o executivo comemorou o fato de o Brasil ter alcançado no último sábado 18 anos de autossuficiência em petróleo.
Segundo Prates, o Brasil está destinado a ser o grande líder na transição energética. Dentro deste contexto, o executivo defendeu o papel da exploração na Margem Equatorial, sendo a área da costa das regiões Nordeste e Norte o grande perímetro de concentração de petróleo possível para ser explorado pelo País após o pré-sal.
Prates avaliou que existem dois caminhos possíveis em termos de política energética. Se o Brasil optar por uma política mais ambiental mais rígida, no futuro o mercado brasileiro passará a importar petróleo, dado que a commodity continuará relevante nos próximos 50 anos. A outra alternativa é a Petrobras explorar a Margem Equatorial e fazer uso dos recursos para utilizar transformar a transição energética em realidade.
“Por que o Brasil é o líder na transição energética? Porque o País já antecipou boa parte dessa transição, com 88% da sua matriz energética renovável. Temos todos os recursos desde energia nuclear até a eólica”, afirmou Prates, citando que os investimentos que podem acontecer na Margem Equatorial podem se configurar como um exemplo perfeito em que é possível equilibrar o ganho do petróleo com a mudança do perfil energético nacional.
Durante coletiva com jornalistas, o executivo comentou que existem discussões acontecendo no Ibama. Segundo Prates, uma sonda realizou recentemente a perfuração da Bacia de Potiguar e deverá ser transferida para o Sudeste. A previsão é que o equipamento ficará livre em outubro. Enquanto isso, o planejamento da estatal será avançar na busca pelas autorizações junto ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) para, caso ocorra avanço na obtenção de licenças, a empresa consiga enviar o produto para a Margem Equatorial.
“Queremos fazer a Avaliação Preliminar Operacional (APO) antes de outubro. Esse é um grande simulado de operações onde a Petrobras tem condição de mostrar exatamente como funciona uma operação diante de um incidente ambiental”, afirmou Prates, sobre o próximo passo em conjunto com o MMA.
“Assim, o Ibama pode liberar a empresa para realizar a perfuração e assim descobrir onde há a existência do petróleo”, acrescentou Prates, reforçando que haverá apenas a prospecção para saber se na região de perfuração há ou não petróleo.
O processo entre a fase inicial de exploração de petróleo até a produção comercial deve levar de seis a oito anos, conforme Prates mencionou durante o evento.
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