‘Petz e Cobasi vivem uma guerra que sangra, e vão parar de gastar munição’, diz Sergio Zimerman

De acordo com o CEO da Petz, as marcas das duas varejistas de produtos para animais de estimação vão permanecer separadas após a fusão

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Foto do author Talita Nascimento
Atualização:

O CEO da Petz, Sergio Zimerman, disse nesta sexta-feira, 19, que a fusão anunciada com a concorrente Cobasi não é uma conta de “um mais um”. “O Mérito da transação não é soma dos negócios, mas o potencial”, afirmou. Em sua visão, a competição mais organizada cria valor para o consumidor. Na junção dos negócios, ele vê que as empresas somam “competências diferentes”.

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“Hoje, Petz não trabalha com produtos de marca própria da Cobasi. E a Cobasi, não trabalha com produtos Petix (marca de tapetes higiênicos adquirida pela Petz”, afirmou, em teleconferência com investidores.

Segundo ele, Petz e Cobasi terão, juntas, energia e munição para avançar em outras batalhas. “Petz e Cobasi vivem uma guerra que sangra as empresas, e vão parar de gastar munição”, disse.

Ele afirma que as gestões dele e de Paulo Nasser, da Cobasi, têm convicção de que a junção das companhias trará mais condições de que o negócio siga mais competitivo no segmento. “Com Cobasi e Petz unidos, entregaremos retorno superior ao capital do acionista”, disse.

Loja da Petz: marcas devem permanecer separadas Foto: Werther Santana/Estadão

De acordo com Zimerman, o faturamento bruto da empresa resultante da fusão com a Cobasi ficará próximo de R$ 7,5 bilhões em 2024. “Com aberturas de lojas em 2024, serão mais de 500 lojas”, disse.

Com geração de caixa medida por Ebitda (juros antes de impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 464 milhões e caixa líquido de R$ 232 milhões, a nova empresa combinada vê potencial de sinergias que ainda serão calculadas por especialistas, antes de serem apresentadas ao mercado. Porém, as companhias destacam os ganhos de escala e a união de modelos de negócios e direcionamentos estratégicos similares.

Marcas vão permanecer

Segundo Zimerman, as marcas Petz e Cobasi devem permanecer. Ele afirmou que o modelo de fusão é inspirado no aplicado na fusão da RaiaDrogasil, que manteve ambos os nomes.

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O executivo afirmou ainda que o maior poder de barganha nas negociações não é a principal frente de criação de valor da combinação de negócios. “As melhores práticas de cada empresa serão adotadas em companhia combinada”, disse ainda, sem especificar as habilidades de cada empresa.

O CEO da Petz afirmou também que não há hipótese de fechamento de capital da Petz em decorrência da união de negócios com a Cobasi.

Ele disse ainda que o valor de referência da ação no negócio combinado de Petz e Cobasi não contou com estimativas de sinergias. Na transação, os papéis da Petz ficaram avaliados em R$ 7,10. A Cobasi colocará mais R$ 450 milhões no negócio para ter 50% da empresa resultante.

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