Plano da Petrobras para 5 anos acena a acionistas com dividendos

As ações da empresa reagiram bem aos números divulgados, mesmo incompletos e ainda dependendo de aprovação do conselho de administração da empresa

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Atualização:

RIO - A prévia do Plano de Investimento da Petrobras para os próximos cinco anos, divulgada nesta segunda-feira, 18, depois que alguns números vazaram no mercado, ressaltou a preocupação da empresa em acalmar acionistas com aceno de mais dividendos.

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As ações da empresa reagiram bem aos números divulgados, mesmo incompletos e ainda dependendo de aprovação do conselho de administração da empresa. Mas a falta de um número para os projetos de energia renovável chamou a atenção.

Após o anúncio, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) operam em alta significativa na b3, a Bolsa brasileira: enquanto os papéis ordinários (PETR3) avançam 2,15%, os preferenciais (PETR4) sobem 1,80%, também em linha com a alta do petróleo.

Na visão de analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, a prévia do plano mostrou que poucas mudanças serão feitas no período em relação ao plano anterior. Uma cifra em linha com o plano anterior já era esperada,

“Nada muito fora do esperado e um maior espaço para dividendos”, resumiu Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.

O valor de US$ 111 bilhões previsto no plano 2025-2029 fica em linha com os US$ 102 bilhões da gestão de Jean Paul Prates, assim como a destinação da maior parte dos recursos (cerca de 70%) para a área de Exploração e Produção Foto: Marcos de Paula/Agência Estado

Em entrevista recente, a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação, Renata Baruzzi, já havia antecipado que o plano não deveria mudar muito em relação ao anterior.

O valor de US$ 111 bilhões fica em linha com os US$ 102 bilhões da gestão de Jean Paul Prates, assim como a destinação da maior parte dos recursos — cerca de 70% — para a área de Exploração e Produção. O plano anterior destinava US$ 73 bilhões para o segmento, ou 71,5% do total, enquanto o novo, com US$ 77 bilhões, apesar de um valor mais alto, se confirmado pelo Conselho de Administração representa 69,3% do total.

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O valor é ainda menor se levada em conta a inflação de equipamentos e serviços na comparação dos dois períodos, disse uma pessoa a par do planejamento. Em 2023, a inflação desse segmento foi de 15%, mas este ano, por conta da alta do dólar, pode ter quase dobrado, avalia.

O investimento em energia limpa

Polêmico desde que foi anunciado, o investimento em energia limpa pela estatal está sendo mais demorado do que inicialmente planejado, o que foi explicado pelo chefe da pasta, o diretor de Sustentabilidade e Transição Energética, Maurício Tolmasquim, em entrevista recente, como reflexo do aumento dos preços no mercado para projetos greenfield, o que poderia levar a empresa a buscar ativos já prontos, e sempre em parceria.

Por este motivo, Arbetman vê espaço para que o investimento em energias renováveis até cresça nominalmente em relação ao plano anterior, mas nada muito expressivo se comparado ao refino, por exemplo, que obteve mais US$ 3 bilhões nessa comparação, chegando a US$ 20 bilhões. “É uma expectativa de crescimento contida”, explicou.

No plano anterior, as energias renováveis receberam indicação de US$ 5,5 bilhões, incluindo geração fotovoltaica e eólica, hidrogênio, captura de carbono (CCUS) e venture capital. A tendência é de que os recursos reservados para essa área subam gradualmente, na avaliação de analistas, já que os projetos mais pesados seriam as eólicas offshore, que a Petrobras avalia construir no futuro, se limitando atualmente a fazer testes de medição de ventos.

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