Rede de supermercados Guanabara projeta faturar 20% mais em 2025

Metas de crescimento têm como base, sobretudo, a abertura de novas unidades e devem ser puxadas também pelos setores de perfumaria e limpeza, afirma diretor

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RIO - A inflação de alimentos e o atual ciclo de aperto monetário não abalaram as projeções de crescimento de um dos principais grupos supermercadistas do Rio de Janeiro. A rede de supermercados Guanabara, que inaugura nesta semana sua 28ª unidade, enxerga o varejo alimentício resiliente a despeito da “conjuntura econômica desafiadora” e prevê que o grupo alcance um faturamento 20% maior este ano do que o de 2024.

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“Esse crescimento é puxado especialmente pelos setores de perfumaria e limpeza, que tiveram um crescimento de 21% no último ano. Commodities também têm um peso importante para nós”, contou Albino Pinho, diretor de marketing e sócio da rede fluminense em entrevista ao Estadão/Broadcast por e-mail. “A nossa fatia é de 26% de tudo o que se compra em supermercados no Rio de Janeiro. Temos a expectativa de crescer 20% em vendas e aumentar a base de clientes em 10%.”

As metas de crescimento da rede são calcadas, sobretudo, na abertura de novas unidades, diz o executivo. O grupo aposta no formato de megaloja para atrair o consumidor: a nova unidade, no bairro do Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste da capital fluminense, tem 9 mil m², espaço que deve receber ainda 59 lojas de conveniência, praça de alimentação e academia.

“No ano passado, abrimos uma megaloja no bairro do Tanque, também na zona oeste do Rio, e reinauguramos seis unidades. Para 2025, planejamos reformular ainda quatro unidades e, no prazo de 12 meses, inaugurar, pelo menos, mais uma loja em um bairro do Grande Rio — estamos em negociação para isso. E seguimos firmes nas reformulações, pois todas as lojas precisam estar no mesmo padrão. No prazo de 24 meses, esperamos estar com todas as lojas atualizadas”, relatou. “Quanto aos próximos passos, o nosso maior desafio continua ser encontrar um excelente ponto que comporte uma loja Guanabara na zona sul do Rio de Janeiro. Esse é um desejo nosso, um pedido que recebemos e que estamos trabalhando para que se realize”, completou.

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A rede gera cerca de 13 mil empregos diretos no Estado do Rio de Janeiro Foto: Wilton Júnior/Estadão

A rede gera cerca de 13 mil empregos diretos no Estado do Rio de Janeiro. Apenas a nova unidade soma 740 funcionários. “Temos um índice de ‘turnover’ de apenas 2,5%. Isso mostra que nossos funcionários gostam de trabalhar aqui”, frisou.

Preços dos alimentos

O executivo reconhece que as pressões recentes de reajustes de produtos e custos obrigaram a um esforço em fornecedores para chegar ao “menor preço possível”. A inflação de alimentos pesou no bolso das famílias brasileiras nos últimos meses.

Os preços dos produtos alimentícios em supermercados subiram 7,10% nos 12 meses encerrados em fevereiro. Entre eles, as carnes subiram 21,98%, e o café, 66,18%, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“É inevitável, mas a gente segura tudo o que pode. Mesmo nos momentos mais desafiadores da economia — e com mais de sete décadas de história, já passamos por muitos deles —, nós permanecemos comprometidos em oferecer preços baixos. Nessa hora, a parceria com fornecedor, credibilidade e poder de compra são fundamentais. Conseguimos manter preços competitivos ao longo de 365 dias, similares aos do atacado, porque temos uma excelente relação com nossos fornecedores, que também têm total confiança na nossa força de vendas”, disse Pinho.

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O empresário comentou a iniciativa do governo federal de buscar alternativas para tentar reduzir os preços dos alimentos, entre elas zerar a alíquota para importação de produtos.

“Já percebemos essa queda nos azeites e no setor de produtos importados”, afirmou Pinho. “É importante que o governo busque alternativas para ajudar a reduzir os preços dos alimentos e apoiar o consumidor, especialmente em tempos de desafios econômicos. E cada medida precisa ser analisada para garantir que atenda às necessidades e que não comprometa a sustentabilidade do setor”, ponderou.

Quanto à desaceleração em curso na atividade econômica, o empresário vê a conjuntura atual como desafiadora, mas reafirma que “as perspectivas para o setor supermercadista permanecem positivas em 2025”.

“O setor tem se mostrado muito resiliente, e podemos observar que os hábitos de consumo do brasileiro continuam firmes. Os números reforçam a resiliência do setor e são um bom indicativo de que, apesar dos desafios econômicos, os consumidores continuam priorizando suas compras essenciais”, afirmou. “Os dados são positivos, e aqui registramos crescimento médio de 21% acumulado no ano de 2024.”

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