A Corte de Falência de Nova York marcou para o dia 15 de janeiro a audiência que vai discutir o plano de reestruturação de dívida da Gol e a forma como será a votação dos credores, incluindo as cédulas.
No plano, de mais de 300 páginas, a companhia aérea prevê levantar US$ 1,85 bilhão (R$ 11,2 bilhões, ao câmbio desta terça-feira, 10) em novos recursos após sair do Chapter 11, o instrumento nos Estados Unidos para empresas com problemas financeiros a que a empresa recorreu em janeiro deste ano.
Em um cronograma, que ainda pode sofrer alterações, a Corte de Falências estabelece que credores que tiverem objeções ao que será discutido na audiência do dia 15, precisam apresentá-las, por escrito, até o dia 8 de janeiro.
A votação do plano de reestruturação deve ser concluída até 25 de fevereiro. No dia 7 de março de 2025 está marcada uma audiência de confirmação do plano, de acordo com documentos da corte.
Do total de recursos que a Gol pretende levantar após sair do Chapter 11, até US$ 330 milhões (perto de R$ 2 bilhões) seriam na forma de emissão de novas ações, que poderiam ser compradas terceiros investidores. Na noite de segunda-feira, 9, a Gol comunicou que iria enviar o plano para a corte americana.
Nos documentos que apresentam o plano de reestruturação, o Milbank, escritório de advocacia que representa a Gol na Corte de Falência de Nova York, conta que o objetivo da empresa aérea é reduzir significativamente seu endividamento. Ao final do terceiro trimestre, a Gol tinha dívida líquida total de R$ 27,6 bilhões.
A redução do endividamento se dará por conversão de capital ou extinção de até US$ 1,7 bilhão (R$ 10,3 bilhões) da dívida financiada pré-início do procedimento de Chapter 11 e até US$ 850 milhões (R$ 5,1 bilhões) de outras obrigações, segundo o documento.
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O plano explica que a Abra, a controladora da Gol e maior credor com garantia, concordou em receber aproximadamente US$ 950 milhões (R$ 5,7 bilhões), “e possivelmente mais”, em novas ações dependendo da resolução de certas questões pendentes, bem como US$ 850 milhões em dívida reestruturada. Isso em troca da satisfação dos créditos decorrentes da dívida no valor de US$ 2,8 bilhões (quase R$ 17 bilhões) que a holding reivindica.
Dessa dívida reestruturada, US$ 250 milhões (R$ 1,5 bilhão) serão obrigatoriamente convertidos em novas ações da Gol, conforme estabelecido no Plano de Reestruturação, anunciado em 6 de novembro. Ele foi assinado a Gol, a sua principal credora garantida, Abra, e o comitê de credores quirografários designados no Chapter 11.
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