A chegada do Fluence aposentou o sedã Mégane, mas a Renault manteve em produção a perua Grand Tour, que foi reposicionada e tem hoje apenas uma versão (Dynamique, com motor 1.6 16V flexível de até 115 cv), por R$ 49.590.
Representante de um nicho esvaziado de concorrentes - o das peruas médias -, ela passou a brigar com as pequenas. É um caso de produto superior com preço de categoria inferior, com forte apelo à relação custo-benefício.
Nessa condição ela faz frente à Fiat Palio Adventure (R$ 54.850), versão aventureira da líder das peruas compactas e a mais vendida de sua linha, respondendo por 56% do total de 9.555 unidades emplacadas de janeiro a maio, conforme a Fenabrave, federação que reúne as associações de concessionárias. No período, a Grand Tour teve 2.787 exemplares comercializados.
Apesar de ficar para trás entre os zero-km, a Renault tem boa revenda (leia mais na página ao lado). Conforme os concessionários ouvidos, é reflexo de haver poucas unidades em estoque. Isso faz com que a procura pela usada mantenha-se aquecida.
No dia a dia a Palio Adventure agrada mais. Sua suspensão mais alta é melhor companheira para enfrentar pisos irregulares, os retrovisores externos proporcionam boa visibilidade e, principalmente, seu motor 1.8 16V tem 17 cv a mais que o 1.6 16V da Renault. Isso lhe dá desempenho notadamente superior em altos regimes e retomadas.
A perua Renault é morna, bem familiar. O isolamento do habitáculo é melhor e a suspensão, mais macia. E, por ser maior - a diferença no entre-eixos é de 22 centímetros -, a Mégane oferece mais qualidade de vida na cabine. Mesmo em aspectos que não dependem de tamanho, como o conforto dos bancos, ela supera a Palio Adventure.
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