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Safra compra banco da família de Aloysio Faria nos EUA após adquirir o Alfa

Aquisição do Delta Bank foi negociada em paralelo à compra dos ativos do espólio do ex-dono do Banco Real; família ainda tem diversos ativos para vender, incluindo a C&C e a Agropalma

Foto do author Aline Bronzati
Atualização:

NOVA YORK - Menos de uma semana após anunciar a compra do banco Alfa no Brasil, por R$ 1 bilhão, o Grupo J. Safra fechou um acordo para adquirir outro ativo da família Faria, o Delta National Bank, com sede em Nova York, nos Estados Unidos. O negócio reforça o apetite do conglomerado por clientes latino-americanos endinheirados em meio à ofensiva de bancos brasileiros no país, com foco justamente no público de alta renda. O valor financeiro da transação não foi revelado.

Operação já estava sendo negociada entre as famílias Safra e Faria em paralelo à venda do banco Alfa no Brasil Foto: Alex Silva/Estadão

A operação já estava sendo negociada entre as famílias Safra e Faria em paralelo à venda do banco Alfa no Brasil, apurou o Estadão/Broadcast. Embora sejam bancos diferentes, com operações em seus respectivos países, havia um entendimento de que o comprador do negócio no País também arremataria o ativo nos EUA. “Era parte do pacote”, diz um banqueiro que chegou a olhar o negócio, na condição de anonimato.

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Fundado em 1986, o Delta National Bank tem foco justamente no segmento Private. Na ocasião, os donos do então Banco Real obtiveram duas licenças para operar no mercado norte-americano e criaram o Delta National Bank and Trust Company of New York e o Delta National Bank and Trust Company of Florida. Anos depois, os negócios foram consolidados e deram origem ao Delta National Bank e Trust Company, com sede em Nova York e filial em Miami.

O negócio nos EUA foi mantido pelos antigos donos do Banco Real assim como a operação de atacado no Brasil, com foco em empresas e no público de alta renda, a despeito da venda do varejo bancário - incorporado pelo ABN e, posteriormente, vendido ao Santander Brasil, no passado. Agora, o banco em NY mudará de mãos para o Safra, seguindo o mesmo destino do conglomerado no Brasil.

A transação ocorre em meio à ofensiva de bancos brasileiros nos Estados Unidos nos últimos anos. O Bradesco anunciou recentemente um investimento de mais US$ 230 milhões (cerca de R$ 1,2 bilhão) para acelerar o seu crescimento no país, dois anos após comprar o BAC Florida, com sede em Miami e que passou a se chamar Bradesco Bank. Em paralelo, o rival Itaú Unibanco também centralizou seus negócios norte-americanos na região, em busca de maior expansão, enquanto o Banco do Brasil desistiu de se desfazer de sua operação nos EUA.

Para o presidente do Conselho de Administração do Safra National Bank of New York, Jacob J. Safra, o Delta se “encaixa perfeitamente” com o negócio do banco e é um passo estratégico para o grupo crescer nos Estados Unidos e na América Latina. “Esta transação destaca a importância do mercado latino-americano para o Grupo J.Safra e representa uma oportunidade atraente para expandir nossa posição na região”, disse ele, em nota à imprensa.

O negócio reforça ainda a “força” do nome Safra no segmento Private ao redor do mundo, na opinião da CEO do Safra National Bank of New York, Simoni Morato. Segundo ela, o negócio envolve não só os clientes do Delta bem como todo o time do banco com sede em Nova York.

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Já o presidente do Delta National Bank and Trust Company, Guillermo Sefair, destacou a similaridade entre comprador e vendedor, sendo ambos de tradicionais famílias de banqueiros brasileiros. “Estamos totalmente comprometidos com este novo capítulo”, afirmou.

A expectativa é que a transação seja concluída no primeiro semestre de 2023, a depender de aprovações dos órgãos reguladores responsáveis. Com US$ 300 bilhões em ativos, o Grupo J. Safra tem unidades em São Paulo, no Brasil, em Nova York, nos EUA, e em Basileia, na Suíça.

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