Empresas prestadoras de serviços foram as únicas entre as pequenas a apresentar faturamento positivo em 2014, com alta de 6,5% na receita ante o ano anterior, de acordo com dados do Sebrae-SP. O setor foi beneficiado, segundo a entidade, pela Copa do Mundo, que impulsionou, sobretudo, companhias de transporte e armazenagem.
“Além disso, em 2013, o setor não havia tido um avanço significativo no desempenho”, lembra Letícia Aguiar, consultora do Sebrae-SP. Enquanto isso, a indústria teve queda de 1,8% na receita e, o comércio, de 5,9%. A conjuntura, certamente, não é animadora, mas com um bom planejamento, o empreendedor pode sobreviver e até obter bons resultados, de acordo com avaliação de Letícia Aguiar. “A gestão do negócio e a posição ativa do empresário, neste contexto, são os ingredientes necessários para uma boa trajetória.”
A boa estratégia inclui, principalmente, cuidado para pedir empréstimos, de acordo com a análise da consultora. Além disso, os estoques devem ser muito bem administrados pelo empreendedor. “Um bom plano para não comprar produtos em excesso é importante para lidar com a demanda em queda”, diz.
Mas não adianta ficar esperando a poeira baixar. Formas de estimular a demanda também contam muitos pontos para o desenvolvimento do negócio. “Essa é a hora de o empresário pensar como nunca em inovações e serviços que realmente atraiam sua clientela”, completa Letícia, do Sebrae-SP.
Exemplo. Assim como acontecem em outros setores, o momento adverso da economia não tem impedido empreendedores de tirarem suas ideias do papel, como é o caso de Lidia Braun, que abriu em março, no bairro de Perdizes, a esmalteria Allegra. O negócio veio para suprir uma necessidade local. “Independentemente da desaceleração, as mulheres que moram nas redondezas não deixam de fazer suas unhas.”
Para complementar o espaço, a Allegra também oferece massagens e um ambiente com internet grátis para clientes que quiserem trabalhar enquanto fazem as unhas. “É um diferencial. Já atendi muita gente que, durante as sessões, precisam atender telefonemas de trabalho. Por isso, procuro manter o local o mais intimista possível”, analisa a empresária.
Pelo sim, pelo não, o empresário que resolver apostar no segmento de beleza não deve se deixar levar pelo ‘índice batom’, que representaria uma certa blindagem aos efeitos da economia nos negócios desse tipo. De acordo com a especialista Sonia Corazza, do instituto Beleza Inteligente, o segmento vive sim uma grande pressão para minimizar custos em um ambiente mais hostil.
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