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Margem Equatorial é oportunidade para o País, e mundo precisará de petróleo, diz presidente da Shell

Segundo Cristiano Pinto da Costa, uma das previsões do memorando de intenções assinado com a Petrobras em março é expandir os negócios conjuntos das duas petroleiras para além do pré-sal

Atualização:

RIO - O presidente da Shell Brasil, Cristiano Pinto da Costa, disse nesta terça-feira, 5, que uma das previsões do memorando de intenções assinado com a Petrobras em março deste ano é expandir os negócios conjuntos das duas petroleiras para além do pré-sal, ou seja, atuar em outras bacias que não somente Campos e Santos, caso das cinco que formam a Margem Equatorial.

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Na margem Equatorial, a Shell tem oito blocos, seis na Bacia de Barreirinhas e outros dois na Bacia de Potiguar, que a Petrobras vai voltar a explorar após o recente recebimento de licença ambiental. A perfuração da Bacia da Foz do Amazonas, mais especificamente no litoral do Amapá, que era o foco principal de interesse da estatal, segue vetada pelo Ibama.

Pinto da Costa julga que foi correta a decisão da Petrobras em mudar seu foco prioritário na Margem Equatorial para buscar oportunidades pragmaticamente na Bacia Potiguar. Ele lembrou que os oito blocos da Shell na província são adjacentes aos da Petrobras e também em parceria com a estatal. Ele falou a jornalistas na manhã desta terça.

A Shell, disse o executivo, não tem nenhum plano de perfuração na Margem Equatorial previsto para 2024, mas segue acompanhando de perto as tratativas com o governo federal e regulador para a exploração da área.

Ibama proibiu perfuração de poços de petróleo da Margem Equatorial que ficam próximos da Amazônia Foto: FABIO MOTTA/ESTADÃO

Segundo o presidente da Shell, a decisão sobre a exploração de petróleo e gás na região é a mais importante a ser tomada hoje pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e, em caso de assentimento, a Shell vai, sim, avaliar as opções de investimento na região. E, se houver novos leilões, vai estudar participar, como aconteceu em todos os certames desde a abertura do mercado.

Oportunidade

“Na minha opinião, há ali (Margem Equatorial) uma oportunidade para o País. É só observar o que acontece na Guiana e no Suriname. Existe uma visão de vários geólogos de que isso (reservas) pode se estender para o lado do Brasil. O maior ator do nosso mercado, a Petrobras, colocando 16 poços exploratórios naquela área, indica visão positiva. E só tem uma forma de descobrir, que é perfurando poços exploratórios”, disse.

Pinto da Costa lembrou que o Brasil explora o Pré-sal há 15 anos com segurança e resultados que elevaram a produção nacional a mais de 3,2 milhões boed. “Temos condição de explorar, testar o potencial (da Margem Equatorial), e aí ter o debate se vale a pena ou não produzir”, continuou.

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Em defesa da exploração e produção da Margem Equatorial, o executivo lembrou que qualquer cenário de transição energética mostra a necessidade de petróleo para geração de energia no mundo nas próximas décadas.

Ele detalhou que o pico de demanda projetado pela Shell é no meio da próxima década, perto de 2035, enquanto o da Agência Internacional de Energia é 2030. Ainda assim, mesmo que declinante, essa demanda ainda deve existir nos anos subsequentes.

Para ele, nesse cenário, a produção brasileira é “resiliente” pelas óticas do custo operacional, competitividade da regulação e emissão de carbono. Ele disse que o País deve ser um dos últimos a produzir petróleo no mundo, afirmação que já havia feito ao Estadão/Broadcast em entrevista no início do ano.

Em 2023, a produção média da Shell vai ficar em 400 mil boed ante cerca de 380 mil boed em 2022, informou a Shell. O recorde deste ano aconteceu em julho, quando a média diária foi de 458 mil boe. Esse volume é 28,5% da produção mundial da Shell, que está na casa dos 1,4 milhão boed.

MOU com Petrobras

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Além da ampliação dos negócios de E&P com a Petrobras fora do pré-sal, o acordo com a Petrobras prevê esforços conjuntos de descarbonização e em projetos sociais. Pinto da Costa destacou que o aprofundamento das relações entre as petroleiras, previsto no MOU de cinco anos, foi possível devido à troca no comando de ambas. Ele assumiu a Shell Brasil em agosto de 2022 e, Jean Paul Prates, a Petrobras, no início deste ano.

O presidente da Shell assinalou que a petroleira já levou representantes da Petrobras para visitar uma operação de captura, armazenamento e utilização de carbono (CCUS) no Canadá. A Petrobras planeja estrutura piloto em reservatório salino no litoral do Rio de Janeiro.

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